O preço do álcool nas bombas dos postos de combustíveis poderá aumentar de 10% a 15% este ano. Isso porque a safra de cana-de-açúcar deverá ser menor do que a demanda, segundo estimativas da Archer Consulting, empresa de gestão de riscos agrícolas.
De acordo com a companhia, a produção de cana no Centro-Sul, a maior região produtora, deverá atingir mais de 549 milhões de toneladas, com a produção de 31,8 milhões de toneladas de açúcar e 25,7 bilhões de litros de etanol.
“A demanda interna de etanol deve ser da ordem de 25 bilhões de litros, sem contar as exportações, que exigirão outros 3,3 bilhões, o que representará um déficit de 2,6 bilhões de litros”, estima o gestor de riscos da Archer, Arnaldo Corrêa.
Produção no Nordeste
A produção das usinas da região Nordeste não será suficiente para cobrir esse déficit, pois somaria mais de 2 bilhões de litros de etanol no mercado.
Com isso, os estoques deverão sofrer com o baixo volume. “Consequentemente, os preços do etanol nas bombas dos postos deverão subir no mercado interno”, ressalta Corrêa.
Ainda assim, o gestor não acredita que os consumidores brasileiros ficarão sem o combustível. “Falta não vai acontecer. O mercado vai evitar isso”, explica.
Porém, Corrêa ressalta que será preciso investir na produção de cana-de-açúcar nos próximos anos, para acompanhar o crescimento das vendas de carros flex. “Daqui a três anos, esses carros deverão representar 45% da frota nacional. A perspectiva para o setor é positiva, mas vai precisar de investimentos”, considera.