Em operação numa área que abrange partes do nordeste de Mato Grosso e do sudeste do Pará, agentes do Ibama multaram 30 fazendas por desmatarem áreas de floresta amazônica ilegalmente. O total de multas aplicadas entre 14 de julho e 12 de agosto ultrapassa os R$ 55 milhões.
Apenas três propriedades visitadas pelos fiscais respeitavam as áreas de preservação permanente e a reserva legal – na Amazônia, as fazendas têm de manter 80% de sua área coberta com vegetação. Também as beiras dos rios têm de ter sua mata ciliar conservada.
Foram embargados 166 quilômetros quadrados de terra, segundo o chefe da fiscalização do Ibama no Tocantins, Lenine Cruz, que coordenou a ação.
Cruz comenta que a adequação dos pecuaristas locais à legislação “por enquanto está muito longe do ideal”. Houve problemas para identificar os responsáveis pelas irregularidades ambientais, já que, na região, há um grande número de posseiros e assentamentos sem muita estrutura, além de problemas de documentação. Algumas áreas possuem mais de um proprietário, dificultando o trabalho da fiscalização.
Outra dificuldade são as grandes distâncias a serem percorridas. “Conseguíamos fazer no máximo umas três autuações por dia”, explica o coordenador. A fiscalização aconteceu em Vila Rica (MT), Santana do Araguaia (PA), Cumaru do Norte (PA) Santa Maria das Barreiras (PA), em região que se situa entre o Rio Araguaia e a rodovia BR-158.
Para localizar as irregularidades, foram usados os dados de detecção de desmatamento por satélite do sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) acumulados desde 2005. A operação continua em regiões próximas, como Canarana e Confresa, ambos em MT.