Um exército de 20 mil editores voluntários — e já experientes no universo colaborativo da Web 2.0 — ficará responsável por checar informações antes de elas irem para o ar, nos verbetes da Wikipedia referentes a pessoas vivas. A iniciativa, diz o “Daily Mail”, representa uma tentativa de impedir que conteúdo tendencioso seja publicado no popular site de consulta.
Integrantes de partidos políticos, por exemplo, já usaram os verbetes do site para difamar seus inimigos. Criada há oito anos, a enciclopédia tinha o objetivo inicial de ser construída somente com base no conhecimento de internautas colaboradores – em 2005, um estudo da “Nature” mostrou que a precisão dessa alternativa era semelhante à da enciclopédia Britannica nos verbetes científicos.
O novo sistema de edição já havia sido anunciado pelo “New York Times” como “flagged revision” (“revisão assinalada”, em tradução livre). Com a novidade, os novos dados inseridos pelos voluntários ficarão nos servidores da Wikipedia, de forma invisível para aqueles que acessarem a página. A informação só entrará oficialmente na enciclopédia quando o editor der sua aprovação.
Ainda não há uma data oficial para o novo sistema – que vem sendo testado na versão alemão do site desde o ano passado — entrar no ar.
Nesta quinta-feira (27), citando fontes da Wikimedia Foundation, o “Daily Mail” afirmou que serão necessários cerca de 20 mil editores para aprovar todas as modificações feitas nas páginas referentes a pessoas vivas. Em 2005, o Wikipedia já havia tentado evitar problemas com conteúdo falso proibindo que internautas anônimos colocassem informações na página.
Popularidade
Atualmente, o site já ultrapassou os 3 milhões de verbetes, e cerca de 60 milhões de norte-americanos acessam a Wikipedia todos os meses.
“Não estamos mais em um ponto em que é aceitável jogar as coisas na parede para ver o que gruda”, afirmou Michael Snow, presidente da diretoria da Wikimedia. “Houve um tempo em que a comunidade era mais complacente com informações imprecisas ou certos tipos de negligências. Há menos tolerância para esse tipo de problema hoje em dia”, continuou.