A China está sendo preparada para se tornar o maior campo de batalha entre a Apple e o Google. Com a entrada de ambas as empresas no mercado chinês, talvez a saída do Eric Schmidt da diretoria da Apple tenha acontecido no melhor momento. A rivalidade agora poderá ganhar outros níveis e beneficiar os clientes em todo o mundo.
Em Mountain View, a estratégia é jogar pesado e entregar o maior número de smartphones baseados no Android. Parceiro da China Mobile, que segundo o Financial Times é a maior operadora de telefonia do mundo (por número de clientes), o Google quer, com o lançamento do OPhone – produzido pela Lenovo Mobile -, atrair o maior número possível de clientes. A HTC também deverá fornecer modelos baseados no Android, enquanto a aquisição da On2 deverá beneficiar a experiência vivida pelos usuários.
A Apple está consciente que possui outros rivais além do Google. Nomes como Nokia, Research In Motion (RIM) e Microsoft irão mexer seus pauzinhos para participar dessa briga. Se 700 milhões de razões fizeram a Apple criar um modelo exclusivo para os chineses, porque não seriam suficientes para inspirar outros fabricantes? A entrada do iPhone no mercado deve acontecer entre setembro ou outubro, quando a China Unicom deverá lançar a própria rede 3G no país.
Entretanto, de acordo com análises do Citigroup, o mercado chinês poderá não ser tão fácil de explorar comercialmente. Michael Meng, analista da empresa, nota que o perfil de clientes é bastante diverso, e o maior grupo é formado por homens de negócios de meia idade que usam seus aparelhos dia e noite, mas não consomem muito tráfego de dados.
Outra preocupação em Cupertino é não replicar a experiência vivida na Rússia, em que a demanda era alta, mas a média de ganho dos consumidores acabou se tornando um problema na hora de adquirir os aparelhos.
Meng ainda faz um alerta: “O ganho médio mensal por cliente no mercado chinês é de 60 yuans chineses; para consumidores da China Mobile, ele é de 85 yuans chineses. Para o iPhone, a meta é de 300 yuans chineses. É uma grande diferença”, diz o analista. “Potenciais clientes precisam ser jovens, sadios, bem educados, preferencialmente que falem inglês, já que o iPhone ainda tem aplicativos que estão apenas em inglês”, complementa.