A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi categórica hoje ao afirmar que o governo não pensa em alterar a proposta de ter a Petrobras como operadora única no processo de exploração do petróleo na camada pré-sal. “Não estamos discutindo isso, de jeito nenhum. Não está na agenda”, disse a ministra, ao deixar a reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) que discutiu o pré-sal.

Durante a reunião do CDES, a ministra disse que a exploração da camada do pré-sal traz o desafio de se construir uma indústria de bens e serviços na área petrolífera. Segundo ela, o objetivo do governo não é apenas extrair o petróleo e exportá-lo bruto, mas sim construir indústrias para o setor. “É o ponto fraco da cadeia”, disse. Ela ressaltou que a construção dessa indústria não pode ocorrer em apenas uma região do País. “Podemos ter uma distribuição mais razoável da indústria pelo território nacional”, afirmou.

Outro problema a ser resolvido, segundo Dilma, é a questão do fundo de recursos para o financiamento dos investimentos. Segundo ela, é preciso que o funding também seja privado. Conforme a ministra, o modelo em que todos os recursos são públicos já está se esgotando. Ela disse que também haverá um momento em que a exigência de garantias impedirá que alguma empresa, que já tenha conseguido financiamento para uma grande obra, pegue outro financiamento no momento seguinte.

Dilma afirmou que a política de desenvolvimento produtivo terá de resolver essa questão do financiamento e da diversificação da base de recursos (funding). A ministra admitiu que há um desafio “monstruoso” no setor de infraestrutura. “Temos que ter energia. A não ser que alguém queira se responsabilizar por outro apagão. Como ninguém quer, temos que ter hidrelétricas”, afirmou.