O laboratório Roche, produtor do medicamento Tamiflu, deve distribuir o remédio para farmácias e drogarias, afirmou nesta quinta-feira (3) o diretor de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage. A informação é da Agência Brasil.
Hage participou de audiência pública na Câmara dos Deputados e rebateu as críticas de que a pasta tenha concentrado toda a produção. O diretor alegou que o medicamento só não chegou às farmacias porque não havia estoque para suprir a demanda.
“O próprio laboratório priorizou a demanda do ministério, o que foi correto. Na medida em que foi aumentando a sua capacidade, ele informou que vai ter disponibilidade de atender nossa nova demanda, bem como comercializar o medicamento. A partir do momento em que oficializarem, vamos nos manifestar mas não há nenhum problema”, disse Hage.
A declaração contraria a postura adotada pelo ministério durante os últimos meses. Há um mês, o ministro José Gomes Temporão afirmou que o Tamiflu só está disponível nos serviços públicos de saúde para evitar uma “corrida às farmácias.”
A assessoria de imprensa da Roche afirma que por enquanto o laboratório trabalha na produção de 9 milhões de tratamentos de Tamiflu a serem entregues entre fevereiro e abril ao Ministério da Saúde. Somente após a entrega ser feita, o medicamento começará a chegar às farmácias.
Em nota divulgada no início da noite, a empresa afirma que “não houve, em nenhum momento, recolhimento do Tamiflu nas farmácias”. O comunicado diz ainda que a Roche “está alinhada com o Ministério da Saúde para dar prioridade aos seus pedidos. Esta conduta obedece a uma orientação do plano de contingência da própria OMS, que prioriza o abastecimento dos governos em situações de emergência.”
De acordo com Hage, o controle da venda do remédio em farmácias e drogarias será de responsabilidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O medicamento só será vendido mediante prescrição médica e monitoramento de eventos adversos.