A Fórmula 1 é um laboratório de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias para os carros de passeio. Isso porque algumas marcas que participam da maior categoria do automobilismo mundial, como Ferrari, Mercedes-Benz, BMW, Toyota e Renault, também travam uma corrida fora das pistas.

De olho na preferência do consumidor, as fabricantes utilizam as inovações para melhorar o desempenho e segurança de seus carros de passeio. “Na Fórmula 1, os veículos são levados ao limite e a tecnologia, principalmente referente ao desempenho e segurança dos veículos, é testada ao máximo e depois transportada para a vida real”, afirma o vice-diretor do Comitê de Veículos de Passeio da SAE Brasil, Jomar Napoleão da Silva.

A Fiat, mesmo sem ter sua marca representada nas pistas, aproveitou a aliança com a Ferrari, empresa do grupo, e herdou o câmbio automatizado com opção de trocas por meio de borboletas atrás do volante. A transmissão que é semi-automática, pois dispensa o pedal da embreagem, nasceu na F1 em 1989 e começou a ser usada em carros de passeio da Ferrari até chegar à linha de montagem da Fiat no Brasil em 2008.

“Na categoria, o câmbio automatizado foi uma saída para melhorar o desempenho dos veículos, sem aumentar o consumo de combustível ou diminuir a potência do motor”, afirma Carlos Henrique Ferreira, engenheiro mecânico e assessor técnico da Fiat. “O câmbio tipo borboleta também permitiu trocas mais rápidas e deu mais segurança ao piloto, que não precisa tirar a mão do volante para mudar a marcha”, afirma o engenheiro.”Por esses mesmos motivos que o câmbio automatizado foi adotado em carros de passeio da marca”.

Além das montadoras, fabricantes de peças, combustíveis, lubrificantes, pneus e até mesmo as seguradoras ‘correm’ atrás de inovações para serem adotadas em veículos de rua. “É importante usar a F1 para transformar o ‘know how’ e o gerenciamento de riscos em ajuda na percepção do que acontece dentro das pistas e também transferir esse conhecimento para as vias públicas”, afirma Christian Danner, ex-piloto da categoria e embaixador de Segurança da Allianz Seguros.

O diretor geral da Divisão Automotiva do Centro de Tecnologia Allianz, Christoph Lauterwasser, afirma que a F1 é extremamente importante para o desenvolvimento de itens de segurança aplicados em carros de passeio, inclusive algumas já são utilizadas em veículos na Europa e auxiliam na redução do número de acidentes.”Nosso objetivo é melhorar a qualidade de vida das pessoas no trânsito, assim como reduzir os custos com reparação automotiva”, afirma o executivo.