Os investidores optaram por vender ações que haviam valorizado rápido demais e derrubaram os preços nas duas últimas semanas, praticamente apagando toda o ganho acumulado em outubro. A taxação do capital estrangeiro, uma bateria de indicadores desfavoráveis nos EUA e alguns balanços frustrantes também serviram de motivo para uma onda de vendas que muitos analistas esperavam desde setembro. A taxa de câmbio encerrou o mês a R$ 1,75, também refletindo esse nervosismo.

No mês, a Bolsa teve alta de somente 0,04%, enquanto o câmbio desvalorizou 0,85%.

O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa paulista, desvalorizou 3,41%, aos 61.545 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,10 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em queda de 2,51%.

O dólar comercial foi vendido por R$ 1,757, em um avanço de 1,50%. A taxa de risco-país marca 238 pontos, número 4,84% acima da pontuação anterior. “Muita gente no mercado esperava uma taxa de câmbio por volta dos R$ 1,60 no final do ano, e se assustou quando a cotação não caiu tão rápido assim. Hoje, a gente deixou de ver projeções nesse nível. O mais provável agora parece ser uma variação entre R$ 1,70 e R$ 1,75”, comenta Luiz Fernando Moreira, da mesa de operações da corretora Dascam.

Entre as principais notícias do dia, o Departamento de Comércio dos EUA reportou que o nível de consumo das famílias americanas caiu 0,5% em setembro, em linha com as expectativas dos economistas do setor financeiro. O nível de renda permaneceu relativamente estável.

Sondagem da Universidade de Michigan apontou seu índice de confiança na economia em 70,6 pontos, contra 73,5 em setembro.

A Eurostat, a agência europeia de estatísticas, informou que o desemprego na zona do euro registrou nova alta em setembro e chegou a uma taxa de 9,7%, a maior desde janeiro de 1999.

No front doméstico, o governo informou que as contas da União, Estados e municípios tiveram o seu pior desempenho num mês de setembro desde 1991. No mês passado, deficit atingiu R$ 5,76 bilhões. Em setembro de 2008, houve superavit de R$ 6,61 bilhões.

Empresas

A Sony anunciou ter fechado o trimestre com uma perda líquida de US$ 289,2 milhões, frente a um ganho de US$ 228,7 milhões entre julho e setembro de 2008.

A TIM Participações registrou lucro líquido de R$ 61 milhões no terceiro trimestre deste ano, contra prejuízo de R$ 12 milhões um ano antes, e perdas de R$ 15 milhões no trimestre anterior. A ação preferencial amargou perdas de 9,97%.

“Os números apresentados pela TIM decepcionaram um pouco. Tínhamos expectativa de que a companhia pudesse começar a registrar em seus resultados os efeitos da recuperação de ‘market-share’ [participação de mercado] apontada nos números da Anatel já no terceiro trimestre”, avalia a analista da corretora Ativa, Luciana Leocádio, em relatório sobre o balanço da empresa.

Ontem à noite, a fabricante de aviões Embraer anunciou que teve lucro líquido de R$ 221,9 milhões no terceiro trimestre deste ano, revertendo o prejuízo de R$ 39,2 milhões do mesmo período do ano passado. A ação ordinária desabou 10,60% no pregão de hoje.