O ditador norte-coreano, Kim Jong-il, afirmou estar disposto a retomar o diálogo de seis partes pela desnuclearização do regime, mas vinculou a proposta ao resultado de conversas bilaterais prévias com os Estados Unidos.
Segundo a agência oficial norte-coreana KCNA, Kim Jong-il “expressou sua disposição de manter conversas multilaterais, dependendo do resultado das negociações com os EUA, o diálogo de seis partes está incluído nas negociações multilaterais.”
Em setembro passado, Kim já havia dito que estava disposto a retomar, após mais de um ano, as conversas com Rússia, China, Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão pela desnuclearização de seu regime, uma medida que contraria as recentes provocações de Pyongyang com a realização de diversos testes de lançamento de mísseis balísticos e um teste nuclear, em 25 de maio passado.
As ações levaram o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) a aprovar mais um pacote de sanções e um embargo comercial e de armas contra a Coreia do Norte em junho passado.
Analistas apontam, contudo, que os testes fazem parte de uma estratégia de Pyongyang para reforçar sua posição antes de retomar as negociações e obter mais concessões dos países.
As conversas de seis partes foram interrompidas há cerca de um ano, quando Pyongyang disse que boicotaria as sessões até que Washington encerasse as “atitudes hostis”. Iniciadas em 2003, as conversas têm como objetivo obter do regime norte-coreano a renúncia de suas ambições atômicas em troca de uma ajuda no campo energético.
Kim afirmou ainda, segundo a agência, que está disposto a realizar “esforços para conseguir o objetivo da desnuclearização da península” e a mudas as relações hostis com os EUA por “vínculos pacíficos através de negociações bilaterais”.
O porta-voz do Departamento de Estado americano, Ian Kelly, respondeu dizendo que Washington “continua aberto a manter um diálogo bilateral com a Coreia do Norte dentro do marco do diálogo de seis partes com o objetivo de convencer-los a retomar o caminho da desnuclearização total”.
A declaração de Kim foi feita nesta segunda-feira durante encontro com o premiê chinês, Wen Jiabao, que conclui uma visita de três dias à Coreia do Norte para celebrar o 60º aniversário do estabelecimento de relações entre os dois países comunistas.