A terceira geração da telefonia móvel vem ganhando mais adeptos no Brasil, apesar de só atingir 12% dos municípios e 64% da população. A quantidade de celulares com a tecnologia 3G cresceu 58,7% em agosto na comparação com março, quando a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) começou a organizar os dados com a metodologia atual.
De acordo com a agência reguladora, havia no país, em agosto, 2,15 milhões de celulares 3G com a tecnologia WCDMA, uma evolução do GSM, contra 1,23 milhão em março. Já os CDMA2000, avanço sobre o CDMA, passaram de 253,6 mil para 212,4 mil nesse mesmo período.
A quantidade de modens com velocidade acima de 256 kbps, que também são considerados de terceira geração, subiu 37,2%, de 1,54 milhão para 2,11 milhões.
Para Benjamin Sicsu, diretor da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), o que tem influenciado esse crescimento é o aumento da renda e a melhora na expectativa dos consumidores para o futuro, que, ao trocar de celular, buscam novas funções –as mais procuradas, no entanto, ainda são música e foto.
O número de celulares convencionais, por sua vez, teve aumento de 6,2%, totalizando 158,3 milhões de acessos. Para Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco, o ritmo de crescimento da terceira geração “poderia ser maior”. “Ainda há um custo alto dos aparelhos, e a cobertura é limitada. Estamos numa fase de implantação”, analisa.
O levantamento da cobertura atual da banda larga móvel é da Teleco e se refere a agosto. No Estado de São Paulo, 20,3% dos municípios são atendidos, o que corresponde a 82,4% da população. A Anatel não divulga esse acompanhamento.
A licitação para as faixas de terceira geração da telefonia celular aconteceu em dezembro de 2007. Conforme a orientação da agência reguladora, as prestadoras devem oferecer os serviços 3G no Distrito Federal e em todas as capitais e cidades com mais de 500 mil habitantes até abril de 2010, mas algumas operadoras vêm se adiantando a esse cronograma.
A Anatel fez uma reunião com as teles recentemente pedindo para diminuir o ritmo de expansão de cobertura, temendo que a rede não tenha capacidade para suportar a transmissão de dados.
Considerando todos os tipos de possibilidades da telefonia móvel, inclusive os modens com velocidade até 256 kbps, o Brasil contava em agosto com 164,54 milhões de acessos, o que corresponde a uma densidade de 85,91 a cada 100 habitantes.