A produção brasileira de cana-de-açúcar atingiu mais um recorde em 2008, totalizando 645,3 milhões de toneladas. O resultado mostra um aumento de 17,4% em comparação ao ano anterior. Houve ainda expansão de 16,5% na área colhida, com um acréscimo de mais de 1 milhão de hectares.

O desempenho, constatado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou hoje (16) a Pesquisa Agrícola Municipal – Cereais, Leguminosas e Oleaginosas de 2008, está relacionado ao aumento na demanda por etanol, principalmente no mercado interno, impulsionada pelo crescimento nas vendas de carros movidos a biocombustíveis.

O documento destaca que “apesar do crescimento das exportações do etanol, o mercado externo ainda é bastante restrito, em decorrência das barreiras protecionistas impostas por alguns países, como os Estados Unidos, principal destino do álcool brasileiro”.

Por outro lado, o valor da produção teve um acréscimo de apenas 2%, com redução no preço da tonelada paga aos produtores, motivada pela elevada quantidade de açúcar produzida na Índia e pela redução no preço do barril do petróleo, que chegou a ser comercializado a US$ 147 e fechou o ano em torno de US$ 40, como reflexo da crise financeira internacional.

O estudo revela, ainda, que São Paulo continua sendo o maior produtor de cana-de-açúcar, respondendo por 59,8% da produção brasileira e apresentando um crescimento de 17,3% em relação a 2007. Também foi verificado aumento da produção no Paraná (11,7%) e em Minas Gerais (23,7%).

O maior impacto, no entanto, do avanço dos canaviais foi observado na Região Centro-Oeste, onde há uma maior disponibilidade de terras, o que torna os preços mais acessíveis. Goiás, maior produtor da região, apresentou crescimento de 47,9%.

Entre os municípios, Morro Agudo, no norte de São Paulo, também manteve a liderança, com 10,3 milhões de toneladas (1,6% da produção nacional).

O levantamento revela, ainda, que houve incremento de 9,2% na produção de arroz e de 9% na de feijão, como reflexo de ganhos de produtividade das lavouras, com aporte de insumos e tecnologia.