O acelerador de partículas do Laboratório Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern) terá um novo neste final de semana, após 14 meses de consertos em consequência de um grave defeito poucos dias depois de entrar em funcionamento há 14 meses.
Conforme o porta-voz do Cern James Gillies, os cientistas injetarão entre sábado e domingo um feixe de prótons no acelerador para fazer com que o mesmo dê uma volta completa no túnel de 27 quilômetros de comprimento, situado a 100 metros de profundidade sob a fronteira suíço-francesa.
A circulação de partículas no gigantesco equipamento começará em um primeiro momento em baixa energia, com 450 GeV (gigaeletrons volts), e quando os cientistas injetarem feixes em direções opostas se produzirão, a essa velocidade, as primeiras colisões.
A partir então, o experimento consistirá em ir aumentando progressivamente a potência da circulação dos prótons, até chegar ao momento mais esperado e temido por alguns: as primeiras colisões de partículas a velocidade próxima a da luz, o que calculam que poderia ocorrer em janeiro.
Nesse momento, serão recriados os instantes posteriores ao Big Bang, o que dará informações chaves sobre a formação do universo e confirmará ou não a teoria da física, baseada no Bóson de Higgs.
A existência dessa partícula, que deve seu nome ao cientista que há 30 anos previu sua existência, se considera indispensável para explicar por que as partículas elementares têm massa e por que as massas são tão diferentes entre elas.
Mas nem todo mundo apóia a experiência. Um grupo contrário ao experimento apresentou hoje u ma denúncia ao Conselho de Direitos Humanos sobre o “perigo” que a população está exposta com esse teste.
Alegam que com as colisões de alta energia, a matéria estará em um estado jamais observado antes, por isso que reiteraram o temor pelo surgimento de um buraco negro capaz de aspirar tudo o que estiver ao redor, provocando assim o fim do mundo.
O acelerador do Cern teve um custo de 4 bilhões de euros e sua construção ocorreu ao longo de 12 anos, e contou com a colaboração de 7 mil cientistas.