O Banco do Brasil (BB) registrou no terceiro trimestre lucro líquido de R$ 1,979 bilhão, crescimento de 6% ante igual período do ano passado. “O resultado foi impulsionado pela expansão do crédito”, comentou a instituição no relatório financeiro enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Os ativos totais da instituição somavam R$ 685,684 bilhões no final de setembro, uma expansão foi de 49,6% em 12 meses, consolidando-se na liderança do ranking bancário doméstico entre as instituições financeiras no país. O resultado inclui os números da aquisição da Nossa Caixa, as incorporações do Besc e do BEP, além de 50% de participação no Banco Votorantim.
A carteira de crédito total (incluindo garantias prestadas e títulos privados) do BB ao final de setembro era de R$ 301,421 bilhões, valor 41,1% superior ao registrado em igual mês do ano passado. As concessões para o financiamento de veículos e consignado foram os principais responsáveis pelo crescimento da carteira. Essas duas modalidades registravam, ao final de setembro, total de empréstimos de R$ 19,255 bilhões e R$ 33,973 bilhões, respectivamente. Os crescimentos dessas carteiras foram de 243,4% e 133,7% em 12 meses.
No último semestre do ano passado, o BB passou a intensificar o processo de compra de carteiras de crédito de outras instituições financeiras. Essas operações totalizavam, ao final de setembro, R$ 8,473 bilhões, saldo inferior ao registrado nos dois trimestres imediatamente anteriores (R$ 9,454 bilhões em junho e R$ 9,644 bilhões em setembro). Do total de ativos adquiridos que estão na carteira do BB, R$ 3,968 bilhões foram de depósitos interfinanceiros, R$ 2,655 bilhões de consignado e R$ 1,850 bilhão de financiamento de veículos.
Segundo o BB, o aumento dos volumes médios das concessões de empréstimos assegurou o crescimento das receitas com operações de crédito e compensou, parcialmente, a queda dos spreads registrada entre o segundo e terceiro trimestres. A instituição acrescentou ainda há uma tendência de retração nos spreads das operações com pessoas físicas em razão da concentração nas operações de menor risco, como consignado e financiamento de veículos.
Inadimplência
A inadimplência do BB alcançou em setembro o equivalente a 3,6% da carteira de crédito do conglomerado financeiro, ante 2,2% em igual mês do ano passado. Esse indicador leva em conta as operações vencidas há mais de 90 dias e já considera a aquisição da Nossa Caixa e a participação no Banco Votorantim. Em junho, os atrasos equivaliam a 3,3% do total de empréstimos. O BB destaca que a inadimplência está abaixo do registrado pela média do sistema financeiro, que foi de 4,4%.
Embora considere uma melhora na atividade econômica, o BB reforçou o saldo das provisões para risco de crédito. Essas reservas chegaram em setembro a R$ 19,070 bilhões, valor 70,5% superior ao registrado em igual mês do ano passado e 7,4% acima do registrado em junho. Desse total, R$ 2,903 bilhões referiam-se a provisões adicionais. Essas reservas equivalem a 6,7% da carteira de crédito, o que indica uma cobertura para calotes acima da existente em setembro de 2008, que era de 5,5%.
Ao considerar apenas as operações de crédito do BB, ou seja, sem Nossa Caixa e Banco Votorantim, a taxa de inadimplência acima de 90 dias chegou a 3,9% em setembro, ante 3,6% em junho. A instituição não forneceu a taxa de inadimplência em setembro do ano passado.
Retorno sobre o patrimônio líquido
O resultado do banco corresponde a um retorno anualizado sobre o patrimônio líquido (PL) de 26,2%, ante 30,5% registrado em igual período do ano passado. Desconsiderando os efeitos extraordinários, o lucro recorrente chegou a R$ 1,764 bilhão, crescimento de 2,2%, o que corresponde a um retorno sobre o PL de 23,1%, ante 33,6% no terceiro trimestre de 2008.
O BB considerou como extraordinário no trimestre a opção de lote suplementar da VisaNet, de R$ 209 milhões; a alienação parcial do restante da participação na Visa Inc, totalizando R$ 141 milhões; a cessão de créditos baixados, gerando receitas de R$ 119 milhões e despesas de demandas cíveis, de R$ 84 milhões.
As receitas sobre intermediação financeira totalizaram R$ 15,894 bilhões, valor 1% superior ao registrado no terceiro trimestre de 2008. Os ativos totais do BB alcançaram R$ 685,684 bilhões ao final de setembro, expansão de 49,6% em 12 meses. Esse valor consolida o banco federal como a maior instituição financeira do País.
Nos nove primeiros meses de 2009, o lucro líquido atingiu R$ 5,992 bilhões, o que indica avanço de 2,29% sobre o período de janeiro a setembro do ano passado. Esse resultado equivale a um retorno sobre o PL de 25,9%, ante 31% em igual período de 2008. O lucro recorrente no período foi de R$ 5,014 bilhões, queda de 0,89%, com um retorno sobre o PL caindo de 26,7% para 21,6%.