Um acordo sobre mudança climática em Copenhague, em dezembro, é crucial para encorajar o investimento em energia e tecnologias de baixa emissão de carbono. Caso contrário, o mundo vai enfrentar um dramático aumento nas emissões de gases causadores do efeito estufa, afirmou a Agência Internacional de Energia (AIE).
Em seu relatório anual Perspectiva para Energia Mundial, a AIE disse que, sob as políticas atuais, a concentração de gases causadores do efeito estufa na atmosfera deverá exceder 1.000 partes por milhão em 2030 – o que vai resultar em um forte aumento das temperaturas globais.
“Se não houver acordo em Copenhagen isso será uma notícia muito ruim para o setor de energia”, declarou o economista-chefe da AIE, Faith Birol, à agência Dow Jones. “O setor de energia precisa de um sinal financeiro para fazer investimentos de um modo sustentável”, afirmou Birol, acrescentando que Copenhagen é uma chance única para mobilizar investimentos que haviam sido congelados por causa da crise financeira e canalizá-los na direção da baixa emissão de carbono.
Sem uma mudança nas políticas atuais, as emissões globais de dióxido de carbono relacionadas à energia atingiriam 34,5 gigatoneladas em 2020 e 40,2 gigatoneladas em 2030, de acordo com a AIE.
A eficiência energética será uma das melhores ferramentas no corte de emissões, junto com uma “descarbonização” do setor de eletricidade e com um preço para o carbono que atinja US$ 50 por tonelada em 2020. Isso vai colocar o mundo a caminho de chegar a uma concentração de 450 partes por milhão e a um aumento da temperatura global mais gerenciável, de até 2 graus Celsius, disse a AIE.