A sociedade atual é embuída de situações não propícias á formação íntegra do indivíduo, e no que concerne o processo educacional, a tendência é lidar com alunos muitas vezes desmotivados e agressivos, com dificuldades de aprendizagens diversas, problemas familiares e comportamentos inadequados, particularmente a falta de limites e a violência.
É travada uma guerra sutil e diária pelo educador no exercício de seu ofício, que exige prontidão em relação às dificuldades surgidas a todo o momento diante do descaso, desinteresse e omissão dos responsáveis pelo processo educativo. Envolver o educando emana conquista e sedução, e atraí-lo se tornou uma tarefa árdua na busca de uma aprendizagem significativa, porém o principal incentivador é o educador. Desse modo, deve ser incansável, inovar, criar e recriar, é preciso ser intenso, definir o foco, desenvolver possibilidades de solução, buscar diferenciação e oferecer caminhos para facilitar a promoção do aprender a aprender, a conhecer, fazer, ser e conviver, em suas múltiplas e diversificadas formas. Esta postura se caracteriza por uma visão de saúde dentro da educação, onde se considera não só a necessidade de aprender, mas, principalmente o desejo do aluno, desejo este que se configura, como afirma Piaget (1964), numa mola que impulsiona o sujeito a ação.
Por isso, é preciso estimular no aluno o desejo de saber, para isso a competência profissional foca dois recursos precisos: de um lado a compreensão de certos domínios de fatores e mecanismos sociológicos, didáticos e psicológicos envolvidos no desejo de saber e na decisão de aprender; de outro, habilidades no campo da transposição didáticas, das situações, competências, transferências de saberes, todos eles recursos para auxiliar o aluno.
Embora se admita que as dificuldades sejam inúmeras, é primordial o educador superar práticas cristalizadas pelo tempo e gerar ações conjuntas e coordenadas. Ações estas, que envolvem o trabalho em equipe, a participação da administração escolar, a informação e envolvimento dos pais, o uso de novas tecnológicas, o enfrentamento de deveres e dilemas éticos da profissão, além de administrar sua própria formação contínua.
Concluindo, o educador consciente dos diferentes estruturantes da prática pedagógica e engajado no trabalho de sua articulação, a partir da premissa fundamental que é a recuperação prática do aluno no desejo de aprender, proporcionará a formação integral de cidadãos solidários, responsáveis e tolerantes, pois aluno motivado será cidadão capaz de superar desafios e transformar a realidade em benefício próprio e do outro.
*Marlene de Oliveira Souza – pós-graduanda em Psicopedagogia pelas Faculdades Integradas Urubupungá (FIU) – Pereira Barreto.