Em seu dia a dia de trabalho, Antonio Cesar Costa, consultor técnico da Oficina Brasil – maior rede de franquias de serviços automotivos, que possui mais de 60 unidades espalhadas pelo país costuma ouvir crendices como “apoiar o pé na embreagem danifica o carro” ou que “só se deve substituir a gasolina comum pela aditivada quando o tanque está vazio para não prejudicar o desempenho do motor”, entre outras afirmações transmitidas de geração em geração.
Com a intenção de acabar de vez com as dúvidas sobre o assunto, a Oficina Brasil pediu para que Antonio Cesar respondesse a seguinte lista:
Ar condicionado gasta mais combustível.
Verdade. O uso do ar condicionado requer uma maior potência do motor e, consequentemente, maior consumo de combustível. Uma alternativa que ajuda o motorista a economizar combustível é, quando o carro estiver muito quente, abrir primeiro os vidros para permitir a ventilação do carro, depois usar a ventilação forçada e só então ligar o ar condicionado.
Apoiar o pé na embreagem danifica o carro.
Verdade. Esta prática, bastante comum principalmente em motoristas iniciantes, causa um desgaste prematuro na embreagem do veículo, que deve ser acionada apenas na troca de marchas. Uma recomendação é manter o pé “descansando” ao lado do pedal quando a embreagem não for acionada.
Descer a ladeira com o carro engrenado queima a embreagem.
Mito. O desgaste causado é o mesmo de quando se anda com o carro em ruas planas. Na verdade, o correto é que o veículo esteja sempre engrenado nas ladeiras (dá-se o nome de freio motor) para que, junto com o sistema, segure o carro em declives.
Mudar a marcha no tempo causa prejuízos ao automóvel.
Mito. É possível fazer a troca de marchas sem usar a embreagem, “no tempo” como dizem, porém a técnica precisa ser exata para que não haja “arranhões” na hora da mudança já que eles, com o tempo, podem danificar a caixa de marcha e comprometer o funcionamento do câmbio.
Segurar o carro na embreagem durante a subida ao invés do freio de mão prejudica o funcionamento do carro.
Mito. Essa técnica se usada por pequenos espaços de tempo, não é prejudicial, porém ficar segurando o carro na embreagem durante longos períodos, como no caso de congestionamentos, pode causar o desgaste prematuro da embreagem. É importante que o motorista, ao verificar que o período de parada será longo, acione o freio de estacionamento.
Desligar o carro em congestionamento economiza gasolina.
Verdade. Não só economiza como contribui para a melhoria do ar que respiramos, pois não há emissão de gases poluentes.
Colocar água com o carro quente estraga o radiador.
Verdade. O correto é completar a água apenas quando o motor estiver frio, pois existe a possibilidade de um choque térmico, que pode causar sérios problemas ao motor. Não é aconselhável abrir o reservatório de expansão – aquele onde completamos a água – quando o motor estiver quente, pois esse reservatório funciona com pressão e pode causar sérias queimaduras.
Alternar álcool/gasolina em bicombustíveis é bom.
Mito. Não é verdade. Apesar de o álcool ser mais corrosivo que a gasolina, o motor bicombustível ou flex é projetado para funcionar independentemente do tipo de combustível utilizado.
Gasolina aditivada só deve ser usada quando o tanque está sem gasolina comum (encher o tanque com apenas um dos combustíveis).
Mito. As duas gasolinas podem ser misturadas. A diferença é que, como a gasolina aditivada contém ativos que mantém o sistema de injeção limpo, quando utilizada em carros ‘acostumados’ com gasolina comum pode acontecer de os bicos injetores entupirem e o veículo apresentar falhas. Para evitar, o correto é adicionar, inicialmente, 10% de gasolina aditivada e aumentando a porcentagem a cada abastecimento.
Carro a gás prejudica desempenho dos equipamentos.
Mito. O importante é o motorista, antes de converter o motor do carro para trabalhar com gás natural veicular (GNV), procurar uma oficina credenciada e avaliar o estado geral do motor. Nos primeiros quilômetros, é aconselhável usar gasolina e só então mudar para o GNV.