O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe hoje a proposta do plano nacional de banda larga. Ele se reúne nesta tarde com com o ministro das Comunicações, Hélio Costa, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, e representante do Ministério do Planejamento.
O plano deverá usar incentivos e desonerações fiscais para baratear o custo da transmissão e de aparelhos como modems. Para isso, o ministro Hélio Costa adiantou que espera usar a verba do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), que pode chegar a aproximadamente R$ 1 bilhão. Também se cogita utilizar linhas de transmissão de estatais como Furnas, Petrobras, Eletrobrás e Telebrás no plano.
Entre as propostas, também está a que poderá sugerir a criação de uma estatal para controlar a oferta do serviço de internet rápida. O coordenador de Inclusão Digital da Presidência da República, Cezar Alvarez, afirmou que “o Estado será regulador do serviço porque esse é um dever, e o governo quer fazer esse papel de regulador para tornar a banda larga acessível a diferentes camadas da população”.
A expectativa é de ampliar em até 165 milhões o número de acessos via internet banda larga até 2018, conforme calcula a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Obstáculos
Nelson Simões, diretor-geral da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RPN), afirmou que o principal obstáculo ao plano de banda larga popular será o alto preço do serviço. O especialista baseou-se em estudo do Comitê Gestor da Internet (CGI), que constatou o alto custo como impeditivo para 75% dos entrevistados de utilizarem computadores e 54% de se conectarem à internet.
Ainda segundo a pesquisa, 35% das pessoas estariam dispostas a pagar até R$ 50 para ter o serviço de banda larga.
“Se o custo médio do fornecimento do serviço de banda larga no Brasil caísse dos atuais R$ 162 para algo em torno de R$ 81, o número de domicílios que acessam a internet via banda larga mais que dobraria”. O dado foi citado pelo diretor de Estudos Setoriais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Márcio Wohlers de Almeida.
Ambos os especialistas participaram na última segunda (23) do painel sobre “banda larga e acessibilidade nos serviços de telecomunicações” promovido pela Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado.