Depois de quase 10 horas de julgamento no Fórum da Barra Funda, na Capital paulista, Marcos Willians Herbas Camacho (Marcola) foi condenado por júri popular a 29 anos de prisão pelo assassinato do juiz corregedor de presídios da região de Presidente Prudente, Antônio José Machado Dias (Machadinho), 47 anos, em 2003.
Tido como chefe da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcola não poderá recorrer da decisão em liberdade por ser reincidente e possuir “maus antecedentes”.
O julgamento foi comandado pelo juiz Alberto Anderson, do 1º Tribunal do Júri, o mesmo que comandou o julgamento de Suzane von Richthofen e dos irmãos Cravinhos. Marcola não compareceu ao julgamento.
O julgamento de Marcola deveria ter sido realizado no mês passado, mas seu advogado, Roberto Parentoni, se retiroudo julgamento alegando cerceamento da defesa do acusado. Ele é apontado como mandante do crime pela acusação, e não acompanha o julgamento. O TJ não informou a causa da ausência dele.
Quatro pessoas já foram condenadas pelo assassinato do juiz. João Carlos Rangel Luisi foi condenado a 19 anos de reclusão em regime fechado; Ronaldo Dias (Chocolate), foi condenado a 16 anos e oito meses de prisão; e Reinaldo Teixeira dos Santos (Funchal) foi condenado a 30 anos de reclusão em regime fechado.
No mês passado, Júlio César Guedes de Moraes (Julinho Carambola), também integrante do PCC, foi condenado a 29 anos de prisão pela morte do juiz. A defesa do criminoso informou que recorrerá da decisão.
Crime
O juiz-corregedor Antônio José Machado Dias (Machadinho) foi morto em uma emboscada, em 14 de março de 2003, quando deixava o fórum de Presidente Prudente. Ele fiscalizava o Centro de Readaptação Penitenciária (CRP) de Presidente Bernardes, apontado, na época, como o presídio mais rígido do País.
Marcola, Carambola e outras quatro pessoas foram denunciados pelo crime pelo Ministério Público com base em depoimentos de outros acusados, que afirmaram que a ordem foi dada pelos dois em razão da rigidez do juiz na concessão de benefícios a presos da região. Ambos negam o crime.
Marcola já foi condenado a quase 40 anos de prisão por vários roubos. Ele também responde a processos decorrentes da onda de ataques a bases da PM e a policiais em 2006.