Um em cada dois cidadãos europeus portadores do vírus HIV não sabe que tem aids, mas “presumimos que o número seja até maior”, disse nesta quarta-feira (11) o médico alemão Jürgen Rockstroh durante uma conferência sobre Aids, realizada em Colônia, no oeste da Alemanha.

Diante de 4 mil especialistas de todo o continente, Rockstroh afirmou que 30% de infectados na Europa Ocidental não sabem que são portadores do vírus HIV, mas que esse número sobe para 70% no leste do continente.

“Presumimos que o número seja até maior”

Frequentemente o diagnóstico não é determinado até que a Aids se manifeste, o que dificulta um tratamento satisfatório e aumenta consideravelmente o risco de morte, disse o professor do Hospital Universitário de Bonn.

“Também há mortes por Aids hoje, e também na Alemanha, e, sobretudo, naqueles que acodem ao médico tarde, naqueles que recebem seu diagnóstico quando já sofrem falhas em seus órgãos vitais”, explicou Rockstroh, que presidiu a conferência.

Durante a reunião, que se estenderá por quatro dias, os especialistas de todo o continente discutirão as medidas para reduzir a mortalidade, com novas campanhas de análise, diagnóstico cedo e melhor acesso aos tratamentos.

Também tratarão a busca de uma vacina para combater o vírus, processo que ainda pode durar alguns anos, segundo explicou a Nobel de Medicina francesa Françoise Barré-Sinoussi, que comentou que os últimos experimentos realizados nos Estados Unidos e na Tailândia não são nada além de “um bom sinal”.

O anfitrião da reunião expressou sua preocupação principalmente pela situação nos países do leste europeu, especialmente na Rússia, onde calcula-se haver pelo menos um milhão de infectados e que a grande maioria deles não sabe que são portadores da doença.