Rubens Barrichello é um dos poucos privilegiados que alcançaram o sonho de correr pela equipe Ferrari na Fórmula 1. No entanto, apesar de este ser o desejo da maioria dos pilotos no planeta, o veterano brasileiro afirmou nesta quinta-feira que considera que pilotar pela Brawn GP em 2009 foi mais importante do que seus seis anos no cockpit do famoso carro vermelho.
Ao todo, Barrichello participou de 102 corridas pela Ferrari, venceu nove delas e cravou 11 pole positions. Pela Brawn GP, o brasileiro disputou os 17 GPs desta temporada, conquistou duas vitórias e largou na frente em uma única oportunidade. Para ele, a experiência de 2009 foi mais significativa do que a que teve entre 2000 e 2005 no time de Maranello.
“Acho que sim [que esse ano com a Brawn foi mais importante que os anos com a Ferrari], por uma questão de experiência, de método de trabalho, de acreditar em si mesmo mais ainda”, disse Barrichello, durante o lançamento de uma feira de golfe realizado esta quinta em São Paulo.
“Eu tive carros competitivos na Ferrari, que tinham uma condição boa, mas a equipe não me dava a condição de competição que a Brawn me deu. Eu acredito que o a
no da Brawn foi mais importante de todos em que guiei na Ferrari.”
A temporada com a equipe inglesa teve um gosto especial para Barrichello. No final de 2008, após a Honda anunciar sua saída da categoria, o brasileiro se viu desempregado depois de passar três anos pilotando carros ruins da equipe japonesa. Ao voltar à disputa pelo título em 2009, o piloto sentiu que deu a volta por cima.
“Quando saí da Ferrari, achei que seria muito difícil ganhar novamente, principalmente depois dos carros que tive. Mas isso prova que na vida tem que se sonhar, almejar alto, e agradecer acima de tudo”, falou.
“Nunca gostei de problemas, mas deixei meus braços abertos para poder dar a volta por cima. Esse ano foi uma prova disso. Foi uma conquista pessoal muito grande, um agradecimento enorme, na hora que guiei aquele carro [da Brawn] pela primeira vez foi excelente. Eu espero a mesma coisa do ano que vem”, disse o veterano, que será piloto da tradicional equipe Williams na próxima temporada.
Apesar de ser uma equipe vencedora na Fórmula 1, a Williams passa pela maior seca de vitórias de sua história. Já são seis anos sem que um piloto do time suba ao lugar mais alto do pódio. O último a triunfar pelo time de Frank Williams foi Juan Pablo Montoya, em Interlagos, na temporada de 2004.
Para Barrichello, seu “casamento” com a Williams veio na hora certa para quebrar este jejum. “Minha maior contribuição é a minha força de vontade de continuar correndo. A aliança com a Williams vem num momento excelente. Eles sabem como ganhar, mas passam por um momento de ascensão. Estão voltando a almejar isso. E eu estou num momento vencedor da minha carreira. É dessa forma que eu encaro o ano que vem”, finalizou o terceiro colocado do Mundial de 2009.