No último sábado, 07 de novembro, o parque de diversões Playcenter serviu de cenário para o festival Planeta Terra, que contou com a participação de 17 mil pessoas.
A produção do evento mostrava-se de primeira logo no estacionamento oficial, onde diversos ônibus exclusivos faziam o traslado até a entrada. A aposta no local, com direito a brincar nos brinquedos mais radicais do parque, foi um grande acerto.
Não existiam longas filas, já que o parque é projetado para receber multidões. Para os marmanjos que há anos não visitavam o Playcenter a surpresa foi grande. Foram feitas melhorias na infra-estrutura e nos brinquedos, que funcionaram até de madrugada.
Por incrível que pareça o brinquedo mais disputado não era a montanha russa, mas sim o carrinho de bate-bate, que mais parecia uma balada. Os veículos elétricos eram laranja fluorescente, sendo que a pista estava decorada com muita luz ultra-violeta, som bombando e sem blitz do bafômetro. Diversão coletiva garantida.
Os ingleses do Primal Scream, abriram o que podemos chamar de “grand finale” como show “Cant Go Back”, acompanhados por imagens em preto e branco no telão. Um estilo de rock enérgico, salpicado com interferências eletrônicas ousadas.
O grupo norte americano Sonic Youth comprovou no palco porque era uma das atrações mais aguardas, com muita guitarra distorcida e um público cativo que acompanhou todas as músicas.
Enquanto isso no segundo palco do evento, o Coca-Cola Zero Stage, o inglês Patrick Wolf literalmente roubou a cena, com um show teatral. O artista trocou diversas vezes o figurino andrógeno, tocou guitarra, teclado e cantou (muito bem por sinal!). Suas produções lembram o synth pop dos anos 80, com uma atmosfera refinada de violino e piano, acompanhado pelo baterista brasileiro Marcelo Vig.
Sem atraso no horário das apresentações, chegava a hora do “homem-iguana” Iggy Pop assumir o microfone, junto com sua antiga banda The Stooges. Bagunceiro de primeira, o hiperativo roqueiro de 62 anos incendiou a platéia.
Logo no início, após duas ou três músicas Iggy chamou “just a few guys” para subir no palco. O resultado foi um enorme tumulto em frente e em cima do palco, com pessoas obedecendo ao ídolo e seguranças agressivos tendo bastante trabalho.
A partir das 2:00 da manhã o Planeta Terra ficou 100% eletrônico. No palco principal o encerramento foi com o francês Etienne de Crecy, num live audiovisual tridimensional.
Já no palco secundário, Zegon e Sam Spiegel abusaram de seus remixes e colagens inusitadas, seguidos pelo analógico Anthony Rother, produtor alemão que se tornou referência em electro-techno.
O Planeta Terra foi sem dúvida um dos melhores e maiores festivais de música de 2009, que conseguiu reunir no mesmo ambiente tribos com “looks” e idades distintas, porém com o gosto pela boa música em comum.
Apesar do preço salgado do ingresso (R$140,00 a R$200,00) o público saiu do Playcenter com as pernas cansadas de tanto pular e com a certeza de que valeu a pena participar.