O autoproclamado mentor dos ataques de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos, o paquistanês Khalid Sheikh Mohammed, e mais quatro suspeitos de terrorismo detidos na base naval de Guantánamo, Cuba, serão julgados em Nova York por um tribunal civil, revelou nesta sexta-feira, 13, uma fonte no governo americano.
Sob a condição de anonimato, o funcionário afirmou que o secretário de Justiça dos EUA, Eric Holder, anunciará formalmente a decisão ainda nesta sexta. Entre os cinco detidos também está Abd al-Rahim al Nashiri, acusado de planejar o ataque ao navio USS Cole no Iêmen em 2000, que deixou 17 oficiais mortos.
Ao levar suspeitos tão notórios ao território americano, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, dá um passo importante para levar adiante o plano de fechar o centro de detenção da base naval mantida pelos EUA em solo cubano. O julgamento também pode obrigar o sistema judiciário dos EUA a confrontar uma série de questões jurídicas oriundas dos programas de combate ao terrorismo estabelecidos pelo governo George W. Bush em meio a denúncias de tortura física e psicológica.
O governo quer mostrar que é possível julgar e eventualmente manter preso nos EUA um egresso de Guantánamo, sem que isso represente uma ameaça à segurança nacional. Obama argumenta que parte dos prisioneiros pode tranquilamente ser julgada em tribunais federais nos EUA. Caso sejam culpados, eles cumpririam penas em prisões de alta segurança em solo americano. Os republicanos e alguns democratas opõem-se à transferência de acusados de terrorismo para os EUA. Alegam que não é seguro.