O Centro Alemão de Cálculo Climático (DKRZ, na sigla em alemão) colocou o supercomputador Blizzard (Nevasca, em tradução), cuja missão será calcular futuras mudanças climáticas e, inclusive, prever todo tipo de fenômenos catastróficos, como furacões ou tornados. A ativação ocorreu nesta quinta-feira (10).
“É o maior computador dedicado exclusivamente à investigação climatológica”, disse a ministra alemã de Investigação e Ciência, Annette Schavan, durante sua inauguração.
Só nos Estados Unidos existe algum computador comparável com o Blizzard, observou Thomas Ludwig, gerente do DKRZ, instituto localizado em Hamburgo.
Com um peso de 35 toneladas, o Blizzard utiliza em seu trabalho 8.448 microprocessadores, com os quais alcança uma velocidade de 158 teraflops por segundo, o que faz com que seja 60 vezes mais rápido que seu antecessor, e 20 mil vezes mais rápido que um computador convencional.
O arquivo do supercomputador, o maior do mundo para armazenamento de dados climáticos, pode armazenar mais de 60 petabytes, o que equivale a cerca de 13 milhões de DVDs.
Um total de 56 braços robotizados são encarregados de buscar as informações armazenadas em 65 mil contas magnéticas com os dados arquivados pelo Blizzard, que tem cerca de 50 km de cabo unindo seus componentes.
Os responsáveis do DKRZ afirmaram que a maioria dos dados que são estudados na Cúpula das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-15), em Copenhague, procedem dos cálculos do instituto em Hamburgo.
Além das mudanças na atmosfera e os oceanos, o Blizzard calcula também processos no gelo, na terra e nas vegetações, assim como sua influência no efeito estufa.
O computador teve um custo de 35 milhões de euros, fornecidos pelo Ministério de Investigação e Ciência, enquanto a modernização do edifício que o abriga custou 26 milhões de euros à cidade de Hamburgo.
A metade do tempo de trabalho do computador é dedicada às pesquisas do próprio DKRZ, enquanto a outra metade é utilizada por cerca de cem de grupos de trabalho científico da Alemanha.
O instituto de Hamburgo reconheceu que o Blizzard tem grande consumo de energia, mas ressaltou que toda ela tem origem renovável.