O Brasil necessita de um investimento de R$ 54,5 bilhões para ter uma rede ideal de ferrovias, segundo estudo da Confederação Nacional dos Transportes (CNT).
Segundo a pesquisa anual sobre ferrovias da confederação, divulgada nesta quinta-feira (17), há a necessidade de ampliar a rede atual de 29.817 km para 40.827 km. Hoje o déficit é de 11.010 km.
O estudo também aponta a necessidade de reformas nas vias já existentes no valor de R$ 9,8 bilhões. O valor deve ser aplicado ao longo das próximas duas décadas pelos setores público e privado. De acordo com a CNT, há 327 invasões nas ferrovias existentes e 2.659 passagens de nível estão em estado crítico.
“Nós chegaremos em 2020 ou 2030 possivelmente com esses 52 mil quilômetros”, diz Rodrigo Vilaça, presidente da sessão de ferroviários da CNT. “Há uma necessidade urgente de expandirmos e levarmos a ferrovia onde ela não está presente, principalmente na área do agronegócio”, completou.
O estudo também aponta avanços após a privatização das ferrovias em 1996. Segundo o relatório, houve redução nos custos e no número de acidentes desde então. Além disso, também teria ocorrido um aumento de 75 vezes na movimentação de contêiners entre 1997 e 2008.
“Nós ficamos quadro décadas completamente abandonados e isso trouxe um problema que nós precisamos recuperar. Mas desde a década passada, a iniciativa privada injetou R$ 30 bilhões, trazendo um superávit para esse sistema”, afirmou Vilaça.
Atualmente a malha ferroviária brasileira é administrada por 11 concessionários privadas e uma empresa pública (Ferroeste).
Os valores da pesquisa se referem somente ao transporte de cargas no país. O transporte de passageiros não foi abordado pelo estudo.