A palavra Christmas (como o Natal é chamado nos países de língua inglesa) deriva da expressão “Christ’s mass”, nome de uma antiga missa que era realizada em 25 de dezembro, comemorando o aniversário de nascimento de Jesus Cristo. Durante muitos séculos as igrejas cristãs deram pouca atenção a celebração do nascimento de Cristo. A maior festividade era a Páscoa, dia de sua ressurreição. Com o passar dos anos estas igrejas desenvolveram uma data para comemorar o mais importante evento da vida de Jesus Cristo: o seu nascimento. Apesar de ser reconhecida como palco deste evento a pequena cidade de Belém, a poucas milhas ao sul de Jerusalém, são desencontradas as informações sobre a data e o ano. Um dos motivos desta incerteza é que os relatos descritos no Novo Testamento (livros de São Mateus e São Lucas) não especificaram datas. Nos primeiros séculos, algumas correntes religiosas, entre elas, a Igreja Católica Romana, comemoravam o dia 6 de janeiro. Este dia era chamado de Epifania, palavra de origem grega que significava a manifestação ou revelação da divindade a seus fiéis. Já a Western Churchil, baseada em Roma, comemorava o dia 25 de dezembro, baseado em antigos relatos romanos que apontavam esta data como o nascimento de Cristo.
A data atual foi fixada no ano de 440, a fim de estabelecer um ponto comum entre as correntes religiosas da época e também cristianizar grandes festas pagãs realizadas neste período: a festa mitraíca (religião persa que rivalizava com o Cristianismo nos primeiros séculos), que celebrava o Natalis Invicti Solis (“Nascimento do Vitorioso Sol”) e várias outras festividades decorrentes do solstício de inverno, como a Saturnália em Roma e os cultos solares entre os celtas e os germânicos. A ideia central destas comemorações e também da própria “Christ’s mass” revela claramente esta origem: as noites eram mais longas e frias no hemisfério Norte, pelo que se suplicava pelo retorno da luz. A liturgia natalina retoma esta ideia e identifica Cristo como a verdadeira luz do mundo. Ficou estabelecido, então, que as comemorações natalinas teriam um período de 12 dias iniciando-se em 25/12 (suposto nascimento de Jesus Cristo) e terminando em 6/1 (data da Epifania).
Curiosidades sobre o Natal
A origem da árvore de Natal é mais antiga que o próprio nascimento de Jesus Cristo, ficando entre o segundo e o terceiro milênio a.C. Naquela época, uma grande variedade de povos indo-europeus que estavam se expandindo pela Europa e Ásia consideravam as árvores uma expressão da energia de fertilidade da Mãe Natureza, por isso lhes rendiam culto.
O carvalho foi, em muitos casos, considerado a rainha das árvores. No inverno, quando suas folhas caíam, os povos antigos costumavam colocar diferentes enfeites nele para atrair o espírito da natureza, que se pensava que havia fugido.
A árvore de Natal moderna surgiu na Alemanha e suas primeiras referências datam do século 16. Foi a partir do século 19 que a tradição chegou à Inglaterra, França, Estados Unidos, Porto Rico e depois, já no século 20, virou tradição na Espanha e na maioria da América Latina.
Qual a origem do presépio?
As esculturas e quadros que enfeitavam os templos para ensinar os fiéis, além das representações teatrais semilitúrgicas que aconteciam durante a missa de Natal serviram de inspiração para que se criasse o presépio, que hoje é uma tradição na Itália, na Espanha, na França, no Tirol austríaco, na Alemanha, na República Checa, na América Latina e nos Estados Unidos.
A tradição católica diz que o presépio surgiu no século 13, quando São Francisco de Assis quis celebrar um Natal o mais realista possível e, com a permissão do papa, montou um presépio de palha, com uma imagem do Menino Jesus, um boi e um jumento vivos perto dela. Nesse cenário foi celebradada em 1223 a missa de Natal. O sucesso dessa representação do presépio foi tanta que rapidamente se estendeu por toda a Itália. Logo se introduziu nas casas nobres européias e de lá foi descendo até as classes mais pobres.
Na Espanha, a tradição chegou pela mão do monarca Carlos III, que a importou de Nápoles no século 18. Sua popularidade nos lares espanhóis e latino-americanos se estendeu ao longo do século 19 e na França não o fez até inícios do século 20.
Os Reis Magos
No tempo do Rei Herodes, três reis magos chegaram do Oriente a Jerusalém: Melchior, que era um ancião, Gaspar, um jovem branco, e Baltazar, um homem de raça negra e barba. Em sua chegada, os reis magos anunciaram ao povo de Jerusalém que havia nascido o rei dos judeus em Belém. Ainda que todo o povo tenha se alarmado, Herodes lhes deu permissão de viajar até Belém na busca do menino e pelo caminho uma estrela os guiou até o berço onde estava o bebê com sua mãe.
Os três reis ficaram alegres ao vê-lo e ofereceram seus presentes: ouro, incenso e mirra. Depois disso, regressaram a sua terra por outro caminho, com medo da reação de Herodes. Desde então, o dia 6 de janeiro é celebrado em muitos países pela chegada dos reis magos. Neste dia, é considerada uma tradição dar presentes às crianças que tenham se comportado e carvão aos que foram maus durante o ano.