A polícia dinamarquesa prendeu 230 pessoas nesta quarta-feira, 16, quando manifestantes atacaram um bloqueio policial próximo ao local onde é realizada a cúpula global sobre o clima, disseram testemunhas e um porta-voz da polícia. Alguns manifestantes conseguiram romper o bloqueio.
Policiais, alguns com cães, usaram porrete e gás de pimenta para afastar centenas de manifestantes que se reuniram do lado de fora do Bella Centre, em Copenhague, onde líderes mundiais tentam chegar a um acordo para conter o aquecimento global.
Um porta-voz do grupo que organizou a manifestação disse que eles querem romper o cordão policial e interromper as negociações. Uma testemunha da Reuters disse que alguns deles conseguiram passar pela barreira, mas foram posteriormente perseguidos e capturados pelos policiais.
Um manifestante escalou uma van da polícia e um policial também subiu em cima do veículo para capturá-lo. O policial bateu no manifestante duas vezes até que ele caiu.
As ruas no entorno do local das negociações e as estações de metrô próximas foram fechadas, aparentemente em resposta aos protestos. Um helicóptero sobrevoava a região e a polícia revistava os pertences das pessoas que se dirigiam ao local da conferência.
Os manifestantes saíram de Taarnby, subúrbio de Copenhague localizado a alguns quilômetros do local das conversas, onde representantes de 190 governos estavam reunidos. A marcha começou sob uma fina neve que caía do céu. Mais tarde a polícia manteve alguns manifestantes sob custódia próximo ao centro de conferências e um homem gritou: “Dissemos a vocês que seríamos pacíficos, e vocês reagiram com violência. Tenho vergonha de vocês.”
A Ação por Justiça Climática, que organiza a marcha, disse que a expectativa é de mil pessoas participem do protesto. A polícia se recusou a estimar o número de manifestantes.
“Vamos passar pelo cordão policial, para podermos realizar uma assembleia popular e discutir com os delegados da cúpula (…) para obter uma solução climática”, disse o ativista Peter Nielsen a uma TV local. “A polícia tenta se interpor no nosso caminho já faz uma semana. Esta é uma questão de resolver um problema global, e não vamos segurar as pessoas.”