Bill Gates, homem mais rico do mundo e importante filantropo, disse no domingo que os gastos dos países ricos no combate à mudança climática em países em desenvolvimento ameaçam causar cortes perigosos na ajuda a questões de saúde.
O cofundador da Microsoft e presidente de uma fundação de patrimônio de 34 bilhões de dólares que combate a malária, a Aids, a tuberculose e outras doenças nos países em desenvolvimento manifestou preocupação com as verbas prometidas na cúpula climática de dezembro em Copenhague.
Os governos participantes daquele encontro prometeram 100 bilhões de dólares por ano até 2020 para ajudar os países pobres a combaterem a mudança climática. Gates disse que essa quantia representa mais de três quartos da ajuda internacional anual atualmente concedida pelos países mais ricos.
“Estou preocupado de que parte desse dinheiro venha da redução de outras categorias de ajuda externa, especialmente (para a) saúde”, escreveu Gates em carta divulgada na noite de domingo em que descreveu o trabalho da sua fundação.
“Se apenas 1 por cento da meta dos 100 bilhões de dólares vier de fundos para vacinas, 700 mil crianças a mais podem morrer por causa de doenças evitáveis”, acrescentou.
De acordo com ele, tirar o foco da saúde pode acabar sendo ruim para o meio ambiente, “porque melhorias na saúde, inclusive no planejamento familiar voluntário, levam as pessoas a terem famílias menores, o que por sua vez reduz a pressão ambiental”.