O Brasil fechou o ano com saldo de 1,1 milhão de novos empregos, cerca de 350 mil a menos que em 2008. A estimativa é do ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, que deve apresentar os números oficiais do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) na segunda quinzena de janeiro.
O número é o segundo menor desde o início do governo Lula, superando apenas 2003, quando o saldo foi de 645 mil novos empregos. No entanto, segundo Lupi, o resultado está acima das expectativas para um ano ainda sob os efeitos da crise financeira internacional e “surpreendeu a todos os pessimistas”.
Até o novembro, o Caged registrou 1,4 milhão de empregos em 2009, mas as demissões de trabalhadores temporários em dezembro devem reduzir o total de vagas criadas no ano em cerca de 300 mil.
“Todo dezembro temos uma média de 300 mil negativos. O ano passado foi atípico, com 650 mil empregos a menos no mês, mas este ano acredito que fique entre 200 [mil] e 300 mil, o que vai fazer com que o saldo anual fique positivo entre 1,1 milhão e 1,15 milhão”, disse o ministro hoje (4).
Segundo Lupi, apesar dos reflexos da crise na economia brasileira, fatores como o controle da inflação, o aumento do poder aquisitivo do salário mínimo e a demanda interna seguraram a geração de postos de trabalho no país no ano passado.
O ministro destacou a criação de empregos no comércio e nos serviços e em setores que haviam demitido muito no auge da crise. “A construção civil recuperou-se bem no fim do ano e a indústria, que começou 2009 muito mal, demitindo muito, recuperou-se e vai começar 2010 muito positiva”, avaliou. A expectativa de Lupi é que em 2010 o Brasil crie 2 milhões de postos de trabalho.