A indústria de transformação foi o setor responsável por frustrar as expectativas de geração de mais de um milhão de empregos em 2009 apontadas pelo ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, foram gerados no ano passado 995.110 postos de trabalho com carteira assinada. A indústria de transformação fechou 2009 com um saldo de 10.865 novos empregos sendo que em 2008 esse saldo foi de 178.675.
O ministro considerou que o saldo de 2009 não foi dos piores, levando em consideração a crise econômica internacional. “Não considero o pior por causa da realidade que estamos vivendo”, disse. “Os Estados Unidos perderam quatro milhões de empregos. Toda a Europa fechou com perdas astronômicas. No G20 [grupo dos países mais ricos], o Brasil é o único a ter esse número.”Nos últimos anos, o resultado de 2009 é o segundo pior resultado na criação de emprego, só perdendo para 2003, quando foram gerados 645.433 novos empregos.
Já em dezembro, houve um alto número demissões em vários setores, o que provocou um saldo negativo no mês de 415.192 vagas. A indústria de transformação foi a principal responsável por esse saldo negativo, com perda de 166.040 postos, sendo o setor alimentos o que mais demitiu empregados (94.567).
Outro setor que apresentou saldo negativo foi a agricultura: fechamento de 117.216 empregos. Esse resultado se deve a fatores como a entressafra de várias culturas. Os serviços também apresentaram desempenho ruim, com saldo negativo de 68.082. A área de educação foi a que teve o maior número de demissões (43.256) entre os serviços.
Dos oito setores avaliados pelo Caged, apenas o de comércio teve saldo positivo em dezembro com a geração de 10.596 novos empregos. Os estados que mais apresentaram saldo negativos no número de demissões foram: São Paulo ( – 191.186), Minas Gerais ( – 49.762) e Paraná (35.984).