O prefeito Odair Silis, de Monte Castelo, que pediu afastamento por motivos de saúde depois de denúncias de cobrança de propina envolvendo o seu nome, reassumiu o cargo na segunda-feira, após o término do prazo de 60 dias de sua licença. Durante o período de afastamento da função, a cidade foi governada pelo vice-prefeito Francisco Soares de Lima.
O caso, de repercussão nacional, divulgado amplamente pela mídia tanto regional quanto nacional em setembro, envolve o suposto pedido de propina do prefeito.
Segundo reportagem divulgada, o prefeito estaria pedindo propina ao empreiteiro vencedor de licitação para a construção de uma creche na cidade. A verba para a construção da creche veio de um programa do Governo Federal, e por isso, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal estão realizando a investigação, que já reuniu documentos na Prefeitura e no escritório do engenheiro responsável pela execução e fiscalização da obra.
Procurado pela reportagem do Jornal Regional, o prefeito não foi localizado, embora funcionários da Prefeitura tenham afirmado que Silis está exercendo suas funções administrativas. O assessor jurídico da Câmara dos Vereadores, Kleber Pitareli afirmou que o retorno do prefeito é automático depois do término da licença e que novo documento só precisa ser apresentado no caso de prorrogação do pedido.
A vereadora Ana Lúcia Marinho, presidente da comissão especial de inquérito que investiga o caso, disse que até o momento a documentação solicitada junto à Polícia Federal e à Justiça Federal ainda não foi recebida pelos vereadores. Ana Lúcia destacou que recentemente as imagens gravadas que deram origem às denúncias foram recebidas e que no final da tarde de ontem, os membros da comissão, ela e os vereadores Flávio Aparecido de Carvalho, relator e Paulo Kameo Koshiyama, líder da oposição, iriam se reunir para avaliar o conteúdo das gravações.
Ana Lúcia destacou que o prefeito, depois de seu retorno, pode exercer normalmente suas funções, e que somente depois do término da comissão e da votação do relatório dos vereadores é que alguma providência deverá ser tomada. A presidente afirmou ainda que em breve os envolvidos no caso deverão ser convocados pela comissão para serem ouvidos e que o prazo inicial de 120 dias deve ser suficiente para a apuração das denúncias.
A vereadora ressaltou que somente depois do término da comissão e com os vereadores indicando a abertura de uma comissão processante é que o prefeito deve ser afastado do cargo, porém a Justiça Federal, através do promotor federal pode pedir o afastamento de Silis caso tenha provas de seu envolvimento.
As investigações por parte da Justiça Federal prosseguem e as partes envolvidas apresentam provas de suas versões. Em sua versão, Silis afirma que o dinheiro recebido foi o pagamento de uma dívida pessoal do empreiteiro com ele, já o empreiteiro continua afirmando que houve a cobrança de propina.
O prazo de 120 dias para conclusão das investigações termina no dia 22 de março, porém pode ser prorrogado.