A captação líquida da poupança somou R$ 30,412 bilhões em 2009, o segundo melhor resultado da série histórica –atrás de 2007, quando somou R$ 33,379 bilhões, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pelo Banco Central. O resultado do ano passado superou 2008 em 71,2%.

O saldo de 2009 é resultado dos depósitos, que somaram R$ 1,043 trilhão, e das retiradas R$ 1,013 trilhão. O rendimento no ano somou R$ 18,21 bilhões.

Apenas no mês de dezembro a captação líquida somou R$ 9,171 bilhões, o melhor resultado mensal da série, iniciada em 1995. Além disso, o resultado de dezembro foi mais que o dobro do registrado em novembro, que foi de R$ 4,469 bilhões.

No mês passado, os depósitos somaram R$ 112,230 bilhões e os saques, R$ 103,059 bilhões. Os rendimentos totalizaram R$ 1,51 bilhão.

Entre os motivos que podem explicar a alta captação de dezembro estão o pagamento da segunda parcela do 13º salário, um lote maior do que a média na restituição do Imposto de Renda e pagamento de bônus ou benefícios por parte de empresas.

Taxação

A poupança começou o ano registrando saída de recursos. Até abril, o resultado acumulado estava negativo em R$ 1,5 bilhão. A partir de maio, no entanto, a caderneta entrou em processo de recuperação.

A retomada dos investimentos na caderneta de poupança acompanha a recuperação do emprego e da economia brasileira nos últimos meses. Pesa também a queda na taxa básica de juros, que diminuiu a rentabilidade de vários fundos de investimento.

Por causa disso, o governo chegou a anunciar que enviaria ao Congresso Nacional, no mês passado, projeto prevendo a cobrança de Imposto de Renda sobre cadernetas com mais de R$ 50 mil. O projeto, porém, ainda não saiu do Palácio do Planalto.

Pela proposta do governo, será aplicada uma alíquota única de 22,5% sobre o rendimento do valor que ultrapassar R$ 50 mil –ou seja, quem tem R$ 90 mil na caderneta pagará IR sobre o rendimento dos R$ 40 mil que excedem o limite estabelecido.

Veja a captação líquida da poupança ano a ano

Ano Valores

1995 R$ 677 milhões
1996 (- R$ 917 milhões)
1997 R$ 13,190 bilhões
1998 (- R$ 3,140 bilhões)
1999 (- R$ 8,769 bilhões)
2000 (- R$ 7,541 bilhões)
2001 (- R$ 1,839 bilhões)
2002 R$ 10,630 bilhões
2003 (- R$ 10,425 bilhões)
2004 R$ 4,461 bilhões
2005 (- R$ 2,720 bilhões)
2006 R$ 6,472 bilhões
2007 R$ 33,379 bilhões
2008 R$ 17,755 bilhões
2009 R$ 30,412 bilhões