Cada vez mais se cultua o corpo perfeito, celulite e culote são inadmissíveis, calvice nem pensar, seios muito grandes ou muito pequenos também não servem; dessa maneira, a corrida às clínicas de estética e aos consultórios dos cirurgiões plásticos é cada vez maior. Em meio a tudo isso, cresce também a “picaretagem” que, em consequências extremas, pode até causar a morte.

Esta busca desenfreada pela beleza, infelizmente, tem afetado também os adolescentes que, precocemente, buscam mudanças em seus corpos em nome dessa estética, tida como a “ideal”.

Conforme dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, 12% dos pacientes que buscam um especialista têm até 18 anos de idade, quando há procedimentos passíveis de realização, mas há outros que não são indicados aos adolescentes por estarem em plena transformação.

Nas clínicas, as cirurgias mais procuradas são a plástica de mama, tanto o aumento quanto a redução, a lipoaspiração e a rinoplastia (cirurgia de correção do nariz). Para cada uma é recomendada uma idade mínima, associada ao desenvolvimento da região a ser operada. Existem procedimentos que devem ser feitos antes mesmo da adolescência. É o caso da otoplastia, mais conhecido como orelha de abano. O procedimento pode ser feito entre os cinco e sete anos. Nessa idade, a orelha já está formada. Quanto mais cedo realizar a cirurgia, melhor para a criança que sofrerá menos traumas como, por exemplo, os apelidos recebidos por colegas da escola.

Além disso, há um papel a ser desempenhado pelos pais. A baixa auto-estima é uma importante causa para o aumento da busca por cirurgias estéticas nessa faixa etária. Os especialistas explicam que é preciso observar se a vontade de mudar a aparência está associada à expectativa de um ganho secundário, como ser aceito pelos amigos ou obter maior atenção do namorado. Nesse caso, o resultado pode ser uma frustração e, até mesmo, um mal-estar maior.

Uma vez observada a motivação e confirmada a indicação, a plástica pode atuar como importante fator para o bem-estar integral do jovem paciente. Há procedimentos que, além de trazer um ganho estético e de auto-estima, são necessários à saúde. Esse é o caso da ginecomastia, o crescimento da mama no homem. O adolescente fica envergonhado e acaba se afastando de atividades sociais como jogar bola com os amigos, ir à praia e até mesmo namorar.

Tudo é uma questão de bom senso e cabe aos pais acompanharem a evolução dos seus filhos, orientando-os e identificando as suas carências e necessidades.