O Paraná registrou, de janeiro até hoje (24), 530 casos de dengue, dos quais 398 são autóctones, ou seja, a transmissão ocorreu dentro do estado. No total, há 33 municípios com casos autóctones em oito regionais de saúde.

De acordo com dados da Secretaria da Saúde, 70% dos municípios que fizeram o levantamento do Índice de Infestação Predial estão com taxas acima de 1%, que é o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Já foram analisadas 151 cidades.

Os municípios com maiores índices são: Doutor Camargo (24,6%), Quatro Pontes (17,5%), Mercedes (15,45%), Astorga (10%) e Paranavaí (9,4%). Outras cidades paranaenses que apresentam risco de epidemia devido aos altos índices de infestação são Matelândia (13,8%) Missal (4,86%) e Santa Terezinha do Iguaçu (4,46%).

Em Maringá, Foz do Iguaçu e Londrina, o crescente número de casos preocupa as autoridades de saúde. Em Maringá, nos últimos dois meses foram confirmados 169 casos de dengue. O índice de infestação no município é de 3,8%. Foz do Iguaçu, no fim do ano passado, já apresentava o Índice de Infestação Predial de 3,8%. Este ano já foram registrados 134 casos.

O superintendente da Secretaria da Saúde, José Lúcio dos Santos, disse que esses índices são favoráveis à propagação rápida do vírus da dengue. “A situação está mais complicada devido às chuvas e ao forte calor de forma intercalada nos últimos dois meses”, avaliou.

Ele disse que a preocupação da secretaria é manter o resultado de 2009, ano em que não houve nenhuma morte provocada pela doença no Paraná. De acordo com ele, há um cuidado maior em relação à dengue hemorrágica.

Segundo Santos, nos últimos anos tem ocorrido a circulação no estado dos três tipos de vírus que provocam a doença. O superintendente ressaltou que, nos casos mais brandos, muitas pessoas podem ter sido infectadas, mas não receberam o diagnóstico de dengue. Ele alertou que se elas contraírem a doença novamente, com um sorotipo diferente, a probabilidade de ser dengue hemorrágica é muito grande.

Evitar que a situação se agrave depende muito da população, segundo o superintendente, que pede aos paranaenses que reforcem as ações preventivas. Pesquisas apontam que 90% dos criadouros do mosquito da dengue estão nas residências e nos quintais. “Destruam esses criadouros, porque a dengue só tem uma forma de ser transmitida, por meio da picada do mosquito Aedes aegypti, e ele só procria em águas paradas”, alerta.

Para fortalecer o trabalho dos municípios, a Secretaria da Saúde do Paraná promove a Caravana contra a Dengue, que passa pelos municípios que apresentam alto Índice de Infestação Predial ou histórico da doença. Nessas localidades, o secretário da Saúde, Gilberto Martin, tem se reunido com as autoridades e líderes comunitários, além de participar de eventos educativos.