O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) promove nos dias 16 e 17 próximos, em Nuremberg, na Alemanha, um seminário sobre agricultura familiar e produtos orgânicos, com o objetivo de divulgar a produção brasileira e ampliar os canais de comercialização no exterior.
O evento é realizado em parceria com o projeto OrganicsNet, da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), e a Câmara de Comércio e Indústria Brasil/Alemanha. Ele ocorre dentro da feira mundial de produtos orgânicos, a Biofach.
O cenário é muito positivo para a produção de alimentos orgânicos no Brasil, “porque agora nós temos um marco legal”, afirmou à Agência Brasil o coordenador geral de Planejamento e Implementação de Projetos de Agro-Indústria do MDA, José Batista.
“Uma surpresa que a gente teve ao analisar os dados do censo é que nós trabalhávamos com cerca de 20 mil estabelecimentos orgânicos no país e o censo nos disse que são 90 mil. E a nossa estimativa é que, no mínimo, 80% desses 90 mil são empreendimentos da agricultura familiar que trabalham com produção orgânica”, afirmou.
Batista disse ainda que a produção e o consumo de orgânicos vêm crescendo ano a ano no Brasil, à média de 20%. “Está crescendo sem atropelo, com segurança. Eu creio que cada vez mais vai aumentar esse consumo”.
Existe no país um número crescente de lojas que trabalham exclusivamente com cosméticos e alimentos orgânicos. Além disso, as redes de supermercados vêm criando áreas específicas em suas lojas para produtos orgânicos, destacou. “Isso ajuda também a mostrar [a produção]”. Considerando o crescimento de 20% ao ano, a comercialização de orgânicos no mercado nacional atinge atualmente cerca de US$ 500 milhões.
O MDA quer aproveitar a viagem à Alemanha para construir agendas com empresas importadoras e também com companhias que trabalham com o desenvolvimento de insumos e tecnologia. “Essas tecnologias são importantes para baratear o preço dos produtos”.
Dar maior visibilidade aos produtos orgânicos brasileiros no exterior é um dos objetivos do MDA no seminário. “Na medida em que se abrir mercado para os produtos orgânicos do Brasil na Alemanha e na Europa, a gente vai ter um espaço maior para aumentar a produção, a produtividade”, avaliou.