Faleceu aos 70 anos, vítima de infarto, na noite dessa segunda-feira (8), José Ramiro Sobrinho, o Pena Branca, que por 37 anos formou dupla com seu irmão Xavantinho, falecido em 1999.

Pena Branca estava em sua casa, em São Paulo, ao lado da esposa, quando reclamou de dores no peito e caiu da cadeira. O cantor foi levado ao hospital São Luiz Gonzaga, no Jaçanã, mas não resistiu.

Ícones da música sertaneja de raiz, os irmãos apresentavam um contraste curioso: eram típicos caipiras, no comportamento simples e na forma de falar, mas sempre estiveram envolvidos com nomes importantes de um sertanejo mais poético, de Rolando Boldrin, por quem já foram produzidos, e de Renato Teixeira, com quem lançaram um CD ao vivo em 1992.

A música mais lembrada nesses próximos dias, provavelmente será “O cio da terra”, composta por Chico Buarque e Milton Nascimento.

No entanto, o público sertanejo deverá se lembrar mesmo da canção “Cuitelinho”, que já apareceu em várias listas sobre músicas sertanejas mais importantes da história.

Além dessas duas, existem outros inúmeros clássicos nas vozes dos irmãos, entre eles, “Calix Bento” e “Chuá, Chuá”.

Na década de 1980, a dupla passou mais de cinco anos sem gravar, após negar um pedido da gravadora de se adequar ao mercado sertanejo que começava a crescer.

No último sábado, a simplicidade de Pena Branca foi lembrada na gravação do DVD de Sérgio Reis e Renato Teixeira.

Durante uma pausa na gravação, Sérgio Reis contou que certo dia, Pena Branca ligou em sua casa perguntando: “recebi uma carta aqui dizendo que eu ganhei um tal de Grammy, que isso?”.

Pena Branca se referia ao Grammy Latino conquistado em 2001, com o álbum “Semente caipira”, o primeiro gravado após o falecimento do irmão.