A oferta feita na semana passada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a René Préval, presidente do Haiti, de imprimir a moeda do país caribenho, o gourde, como parte da ajuda internacional brasileira está na fase de negociações diplomáticas, informou à Agência Brasil a assessoria do Ministério das Relações Exteriores.

Considerado o país mais pobre das Américas, o Haiti foi devastado por forte terremoto no último dia 12 de janeiro, que ocasionou a morte de mais de 230 mil pessoas e a destruição da capital, Porto Príncipe.

A emissão do gourde envolve questões de segurança e logística e seria feita sem custos para os haitianos. No final deste mês, os doadores de recursos para o Haiti se reunirão em Nova York, nos Estados Unidos, para analisar as necessidades do país.

A assessoria de imprensa da Casa da Moeda do Brasil (CMB) afirmou que a companhia tem todas as condições técnico-operacionais de realizar a impressão do gourde, como propôs o presidente Lula. Entretanto, a CMB ainda não recebeu nenhuma orientação nesse sentido.

A CBM tem ampla experiência na impressão de dinheiro para terceiros países. A exportação de moeda foi reduzida na segunda metade da década de 80, mas pode ser revitalizada agora.

A sinalização foi dada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, no dia 3 de fevereiro, quando anunciou a emissão da segunda família de cédulas do real pela companhia. O foco da nova atuação da CMB seriam os países do Mercosul que não têm casas de moedas próprias e a África Subsahariana.