Mais comuns do que se pensa os casos de descolamento de retina são frequentes em clínicas oftalmológicas e, às vezes, são descobertos só na hora do check up, porque o paciente está desenvolvendo o processo e não percebe.

O descolamento de retina é um dos sérios problemas que afetam a visão e leva à perda total da capacidade de enxergar quando não tratado em tempo e adequadamente. O alerta é do oftalmologista Sérgio Kniggendorf, especialista da área no Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB).

A retina é o tecido que capta a imagem como um papel de parede que reveste o olho internamente. Quando se solta, acontece o descolamento. E este processo é muito rápido, em questão de horas se consolida. “O tratamento não pode esperar”, explica Kniggendorf.

SINAIS – Quando o descolamento é pequeno, às vezes, não apresenta os sintomas naturais que são a percepção de um flash de luz e a presença de moscas volantes ou pontinhos pretos que ilustram o processo por que passa o vítreo, uma espécie de gel que preenche o olho e puxa a retina quando se descola. “Esta é a hora de tratar para obter o melhor resultado”, aconselha o médico.

Quando o descolamento já aconteceu, o sintoma é outro, uma mancha preta é percebia e vai aumentando rapidamente como se baixasse uma cortina. Diminui o campo de visão e isso pode acontecer em pouco tempo.

IMEDIATO – Diante de quaisquer desses sinais, a orientação de Sérgio Kniggendorf é procurar um oftalmologista imediatamente, porque a aplicação de laser, que é profilática, pode já não ser suficiente e fazer-se necessária uma cirurgia emergencial para preservar a visão.

Há diferentes tipos de descolamento e para cada um, o tratamento específico. O descolamento simples é causado por uma rasgadura, um buraco na retina;

O descolamento tracional é relacionado a outras disfunções do organismo como a diabetes, a trombose e as doenças vasculares;

O descolamento inflamatório é o que se relaciona às doenças imunológicas, reumatológicas ou tumores que acometem os olhos.

MÍOPES – O descolamento simples é o mais frequente é também o causado por traumas e lesões, mas é observado, e não raramente, em pacientes míopes. Essa é a razão por que Kniggendorf aconselha a todo o míope realizar o mapeamento de retina a cada check up. “Esse exame pode detectar uma lesão precursora e o tratamento ser feito logo, evitando o agravamento do problema”, relata.

De acordo com o médico do HOB, em cada cem pacientes de descolamento simples, se todos tivessem feito tratamento profilático, 75% estariam livres do descolamento que exige procedimentos mais complexos como as cirurgias. O tratamento profilático, segundo Kniggendorf, é a aplicação do laser quando a lesão ainda é periférica.

MAPEAMENTO – Além dos míopes, devem ter o hábito de fazer o mapeamento de retina, no check up, pessoas com histórico familiar de descolamento de retina, aqueles que já tiverem diagnóstico de descolamento em um dos olhos e todos os portadores de doenças vasculares.

QUANTO AOS TRAUMAS – Boladas, cotoveladas -, o médico diz que podem desencadear um descolamento principalmente quando há uma lesão retiniana periférica e não acelerar um descolamento.