A Clínica de Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP, iniciará, no próximo dia 20, pesquisa junto à população para conhecer a prevalência de sinusite na cidade de São Paulo e os fatores associados à doença, como tabagismo, rinite e asma.
Durante 12 meses, os pesquisadores visitarão 2.400 domicílios. Os entrevistados responderão a um breve questionário que irá identificar os fatores associados à sinusite e correlacionar a incidência da doença com escolaridade, renda e faixa etária. Os domicílios serão sorteados aleatoriamente e a participação será voluntária.
A meta dos especialistas é colher informações para instituir uma política de prevenção e tratamento da doença, cujas implicações sócio-econômicas são bastante significativas.
Segundo os coordenadores do projeto, Richard Voegels e Renata Pilan, a sinusite crônica tem efeitos negativos na qualidade de vida do indivíduo. As dores faciais e fadiga afetam a disposição da pessoa para as atividades sociais e compromete a produtividade no trabalho.
Outro agravante diz respeito à medicação. O uso de antibióticos, além de implicar em efeitos colaterais, apresenta um impacto considerável em relação à resistência bacteriana.
Impacto mundial
Nos Estados Unidos, a sinusite ocupa o quinto lugar no ranking de diagnóstico mais comum em prescrições de antibióticos, representando 12% de todas as prescrições. São registrados 20 milhões de casos/ano, que geram um gasto em saúde de U$ 3 bilhões de dólares com antibióticos, consultas médicas, exames e procedimentos.
Na literatura mundial, poucos trabalhos abordam a epidemiologia da sinusite. O estudo proposto será o maior e mais abrangente já realizado. Os resultados terão impacto mundial e deverão nortear propostas intervencionistas para o tratamento da doença, explica a médica, explicam os médicos.
A sinusite é um processo inflamatório da mucosa nasal e dos seis paranasais. A sinusite aguda tem crises iniciadas quando uma infecção de via aérea superior (gripe ou resfriado) se propaga para os seios paranasais. Nos EUA, a doença afeta 16% da população, com idade entre 20 e 59 anos.