A extensão do Programa de Aceleração do Crescimento, o chamado PAC 2, prevê a realização de estudos de viabilidade para a futura construção de três novas linhas do trem bala: São Paulo – Curitiba (PR), Campinas (SP) – Triângulo Mineiro e Campinas (SP) – Belo Horizonte (MG).

O PAC 2 prevê investimentos totais de R$ 109 bilhões na área de transportes, sendo R$ 104,5 bilhões até 2014 e R$ 4,5 bilhões após 2014. A área de rodovias é a que receberia a maior fatia, de R$ 50,4 bilhões, enquanto as ferrovias receberiam outros R$ 46 bilhões.

Em relação às rodovias, o PAC 2 prevê a construção de 7,9 mil quilômetros e a manutenção de 55 mil quilômetros. Para a área de aeroportos, são estimados investimentos de R$ 3 bilhões. O foco das obras aeroportuárias é adequar principalmente a infraestrutura dos aeroportos das cidades que vão receber os jogos da Copa do Mundo de 2014. Na área de portos, estão previstos investimentos de R$ 5,1 bilhões em 21 terminais. Para as hidrovias, o PAC 2 reservou R$ 2,7 bilhões.

Mobilidade urbana

A segunda versão do PAC prevê ainda investimentos de R$ 18 bilhões na chamada mobilidade urbana, área que concentra os programas de transportes nos centros urbanos. Conforme o documento divulgado hoje, serão investidos R$ 6 bilhões do Orçamento Geral da União (OGU) e R$ 12 bilhões em financiamentos pelo prazo de 2011 a 2014.

O objetivo é implementar sistemas de transporte público coletivo nos grandes centros urbanos. O documento não traz detalhes dos projetos que serão contemplados, mas diz que serão feitos investimentos em metrô, veículo leve sobre trilhos (VLT) e corredores de ônibus. O governo federal busca melhorar a qualidade do transporte e diminuir o tempo de deslocamento.

Pelo PAC Cidade Melhor, o governo pretende investir R$ 6 bilhões em obras de pavimentação de vias urbanas, principalmente em regiões de baixa renda.

Fertilizantes

O setor de fertilizantes também foi contemplado no PAC 2, com investimentos previstos de R$ 11,2 bilhões. Do total, R$ 9,1 bilhões seriam aplicados no período 2011-2014 e R$ 2,1 bilhões após 2014. O objetivo dos investimentos, segundo o material de divulgação do programa, é reduzir a dependência do insumo importado e, consequentemente, o custo da produção agrícola.

No programa, estão previstas novas plantas ou ampliações nas cidades de Três Lagoas (MS), Linhares (ES), Uberaba (MG) e Laranjeiras (SE). Hoje à noite, está prevista uma audiência do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No encontro, Stephanes apresentará a proposta, feita em conjunto com o Ministério de Minas e Energia, para a nova regulamentação do setor de fertilizantes.

BNDES

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, ressaltou esta manhã que a instituição participará do PAC 2, com financiamentos para os investimentos do setor privado mais voltados às concessões de projetos de infraestrutura. “Concessões de rodovias, hidrelétricas e portos. De infraestrutura em geral”, resumiu Coutinho, ao chegar ao evento de lançamento do PAC, em Brasília.

Ele não soube dizer, no entanto, quanto será destinado pelo banco a esses projetos. “Esse número foi fechado na semana passada, mas não o tenho aqui de cabeça”, disse a jornalistas. De acordo com Coutinho, os projetos do PAC mais voltados à área social também poderão contar com recursos do BNDES.