O boletim de janeiro do Observatório do Emprego e do Trabalho (www.observatorio.sp.gov.br) aponta que o mercado de trabalho paulista começou o ano de 2010 com um saldo positivo de 51.159 novas vagas formais. “O crescimento em janeiro foi puxado pela indústria e pela construção civil. Juntos os dois setores criaram 85% dos novos postos”, observa o secretário estadual do Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif Domingos.

O salário médio dos trabalhadores admitidos no Estado foi R$ 968, valor 5,5% maior em relação ao último mês de 2009 e 2,3% superior a janeiro do ano passado. “Os números de janeiro indicam dinamismo no mercado de trabalho paulista, com mais emprego e salários em alta”, conclui Afif. Esse crescimento refletiu na chamada pressão salarial, que foi de 0,99 no Estado.

Pressão salarial é a relação entre as remunerações médias dos trabalhadores admitidos e dos desligados. Uma pressão de 0,99 indica que o salário médio dos contratados foi praticamente equivalente ao de quem saiu do emprego – as remunerações têm exatamente o mesmo valor quando a pressão salarial é 1 (um). Quando a pressão é superior a 1, significa que os admitidos foram contratados por salários maiores.

“Em geral, a pressão salarial é menor que 1, entre 0,8 e 0,9”, explica o pesquisador Hélio Zylberstajn, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (FIPE/USP) – parceira da SERT no Observatório.

Regiões

As 51.159 novas vagas formais criadas em janeiro no Estado de São Paulo correspondem a 28% dos 181.419 postos gerados no País.

Das 15 regiões administrativas que compõem o território paulista, as únicas que registraram extinção de vagas foram as de Barretos (-2.713), Central (Araraquara/São Carlos), com saldo negativo de 2.207 postos, Presidente Prudente (-1.032) e Marília (-104). As regiões com melhores desempenhos foram a Região Metropolitana de São Paulo (+30.788), Campinas (+8.294), Ribeirão Preto (+4.802) e Sorocaba (+4.243).

Setores

A indústria de transformação foi o setor que mais gerou emprego em janeiro (+29.005). Entretanto, este foi o ramo de atividade que mais fechou vagas (-19.859) em janeiro de 2009, quando o mercado de trabalho paulista foi afetado pela crise econômica mundial.

Os outros setores com melhores desempenhos em janeiro de 2010 foram construção (+14.589) e atividades administrativas e serviços complementares (+8.935).

Acompanhando a tendência de alta na indústria e na construção, entre as ocupações com maiores saldos de vagas estão ajudantes de obras civis (+6.100 vagas), alimentadores de linhas de produção (+5.619 vagas) e trabalhadores nos serviços de manutenção de edificações (+3.084 vagas). Juntamente com escriturários em geral, agentes, assistentes e auxiliares administrativos (+8.520 vagas), essas ocupações responderam por aproximadamente 46% de todo o crescimento do emprego formal no Estado.

Os setores que registraram perdas de vagas foram: agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-11.809); administração pública, defesa e seguridade social (-1.313); transporte, armazenagem e correio (-549); comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-399); e organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais (-15).

Salários

O maior salário médio dos trabalhadores admitidos foi registrado na Região Metropolitana de São Paulo (R$ 1.076) e, o menor, na de Barretos (R$ 140). Das 15 regiões, 11 apresentaram aumento – com destaque para São José dos Campos (+12,5%). Entre as quatro regiões nas quais o salário médio diminuiu, a redução mais acentuada ocorreu na região de Registro (-7,4%).

Os maiores níveis de pressão salarial foram observados nas regiões Central (1,06), Franca e Marília (ambas com 1,05). A menor pressão salarial ocorreu na região de São José do Rio Preto (0,97).

O Observatório

O Observatório do Emprego e do Trabalho – ferramenta da Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho (SERT) – analisa mensalmente o desempenho do mercado de trabalho no Estado de São Paulo, nas 15 Regiões Administrativas e em cada um dos 645 municípios paulistas.

Os dados podem ser acessados pela internet, no site www.observatorio.sp.gov.br

As análises são apresentadas em boletins mensais e abordam os seguintes temas: variação no emprego por região e setor; salário médio dos admitidos; pressão salarial; rotatividade da mão de obra; análise ocupacional do emprego; perfil da variação do emprego; e municípios em destaque.