Quando Toni Garrido decidiu deixar o Cidade Negra, no início de 2008, para cantar sozinho, Da Gama (guitarra), Lazão (bateria) e Bino (baixo) chegaram a cogitar montar um concurso no “Caldeirão do Huck”, na TV Globo, para encontrar novo vocalista. Cinco meses depois de Toni, foi Da Gama quem anunciou sua partida para tocar solo. Depois de algumas audições, Lazão e Bino optaram, então, por um jovem de Belo Horizonte, que, além de cantor, é guitarrista. Alexandre Massau faz sua estreia na banda com o CD independente “Que Assim Seja”. É o primeiro de inéditas desde 2005.
Os requisitos da vaga eram: cantar bem, ser compositor, tocar guitarra, conhecer a história do reggae e do Cidade Negra. Com passagens pelo grupos mineiros Berimbrown e Preto Massa, Massau, que, por falta de dinheiro e oportunidade, nunca havia assistido a um show do Cidade Negra, passou no teste com louvor. “Cheguei, o Da Gama resolveu sair, e pensei: ”será que os caras vão ficar? Será que não vai sair mais alguém?” Mas Lazão e Bino me deram certeza de que iriam continuar essa história”, conta Massau, 31 anos, mais novo do que os seus dois companheiros: Lazão tem 46 anos e Bino, 40.
Um trio pela primeira vez desde a formação, em 1986, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, (com Ras Bernardo como vocalista), o Cidade foi para o estúdio, começou a compor e logo deu-se a liga. “Quando você conhece alguém, sente logo qual é a verdadeira energia da pessoa. Musicalmente, nos demos muito bem. O Alexandre Massau chegou com uma letra no violão e eu já fui continuando”, lembra Lazão.
Todas as 12 composições são assinadas pelo trio. As letras mantêm as temáticas caras à banda: crítica social, espiritualidade e amor. Em algumas canções, o timbre de Massau se revela semelhante ao de Garrido. “Sempre quis ter uma banda. Não me vejo substituindo o Toni. Temos as mesmas bases, a mesma escola. Mas o que vejo é uma oportunidade que me deixa muito orgulhoso”, diz Massau.