Os principais sintomas do Parkinson -problemas de mobilidade e declínio cognitivo- podem ser atenuados com exercícios físicos.

Ao menos dez estudos nacionais e estrangeiros já comprovaram a eficácia dos exercícios na melhora da qualidade de vida desses pacientes.

O mais recente foi realizado na Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Rio Claro e será apresentado em junho no 14º Congresso Internacional de Parkinson e Desordens do Movimento, em Buenos Aires.

Para o trabalho, foram avaliados 34 pacientes durante 18 meses. A professora de educação física Lilian Gobbi, coordenadora do Laboratório de Estudos da Postura e da Locomoção da universidade, orientou exercícios aeróbicos, de força muscular, coordenação motora, flexibilidade e equilíbrio corporal distribuídos em três sessões semanais de uma hora.

“Existem treinamentos específicos, como andar na esteira, mas isso é muito monótono. Por isso, desenvolvemos um programa mais generalista e com atividades diferenciadas, para estimular a área do cérebro comprometida”, diz Gobbi.

Quando os sintomas da doença aparecem, já morreram 80% dos neurônios responsáveis por produzir dopamina, um neurotransmissor com papel fundamental no sistema motor (o mais comprometido pela doença). Uma das hipóteses é que os exercícios estimulariam os 20% restantes, aumentando sua produção de dopamina e auxiliando na recuperação de alguns movimentos.

A melhora é observada em pacientes no estágio de leve a moderado do Parkinson. “Estágios mais avançados levam a dificuldades motoras muito grandes e ao comprometimento do controle da postura. Nesse caso, a intervenção deve ser feita com fisioterapia, visando a reabilitação”, explica Gobbi.

Para a professora, todo doente de Parkinson deve procurar orientação para se exercitar com o que gosta assim que recebe o diagnóstico.