O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) contabilizou captação líquida de R$ 3,753 bilhões de janeiro a março deste ano, um volume recorde para o período. Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, o crescimento é de 153%, um “resultado excepcional”, de acordo com o vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal, Wellington Moreira Franco.

Ele informou que a arrecadação bruta do FGTS foi de R$ 15,340 bilhões (8,81% a mais que no primeiro trimestre de 2009) e os saques efetuados – por perda de emprego, aposentadorias e compra da casa própria – somaram R$ 11,578 bilhões, o que representa queda de 8,11% em relação aos registrado em igual período do ano passado.

Moreira Franco disse que a grande prova de recuperação da atividade econômica do país está na queda de 8,37% no número de demissões sem justa causa, no último trimestre, em comparação com o mesmo período de 2009. Em contrapartida, os saques para compra de moradias aumentaram 27,4% devido ao “aquecimento” do setor de crédito imobiliário.

Segundo ele, o resultado recorde do FGTS decorre basicamente do “bom momento de estabilidade da economia e da confiança do empresariado”, que tem oferecido mais empregos. Tanto que, pela primeira vez na história, o país teve um primeiro bimestre de ano com mais de 50% da força de trabalho ocupada formalmente – 50,29% em janeiro e 50,69% em fevereiro. Os números de março não saíram ainda.

Moreira Franco acredita que a tendência da formalidade é melhorar mais ainda, uma vez que o FGTS dispõe de R$ 56,4 bilhões em recursos orçamentários para este ano, com potencial para gerar cerca de 2,5 milhões de novos postos de trabalho. No seu entender, o crescimento do emprego com carteira assinada e direitos trabalhistas é o indicador que mais retrata a realidade econômica do país.

O vice-presidente ressaltou também que “as empresas estão cumprindo mais a legislação”. Um exemplo disso é o crescimento de 3,6% no número de empresas que recolheram o FGTS no primeiro trimestre deste ano, comparado ao primeiro trimestre de 2009. Como resultado, mais 1,7 milhão de trabalhadores passaram a ter recolhimento do FGTS no período, um incremento de 5,9%.