A partir dessa quarta-feira (14) está proibido o garimpo de catadores no lixão de Presidente Prudente. O local será lacrado para início das obras de fechamento. Diante desta situação, cerca de 150 famílias que moram e sobrevivem da coleta não poderão mais trabalhar na área. Com o isolamento, as famílias receberão uma bolsa-auxílio de R$ 510,00 por até seis meses, conforme projeto já aprovado pela Câmara Municipal.

Após a secretária municipal de Assistência Social, Regina Penatti, juntamente com o secretário do Meio Ambiente, Fernando Luizari, terem ido ao lixão na manhã desta terça-feira (13) avisar os trabalhadores que não poderiam mais entrar no local, um grupo de catadores esteve na Prefeitura se manifestando pacificamente contra a decisão.

Uma comissão representando os trabalhadores do lixão conversou com os secretários. Segundo o representante e também catador, Sérgio Luiz dos Santos Ferreira, 54 anos, a conversa na Prefeitura teve como objetivo pedir autorização para a retirada do material já coletado que está dentro do perímetro do lixão.

“Nossa fonte de renda é o lixão. Queremos vender pelo menos o que já coletamos”, afirma Ferreira, salientando que a maioria dos catadores está insegura com estas mudanças.

O Portal informou que o lixão deve ser fechado para o início da construção do aterro sanitário. Segundo Luizari, a retirada dos catadores visa cumprir uma das medidas estabelecidas no Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o Ministério Público Estadual (MPE) e a Prefeitura.

“Entramos num acordo e os catadores poderão recolher o material já coletado e separado, mas por poder do TAC não poderão mais morar e trabalhar no local. Vamos fechar o lixão e abrir o aterro sanitário dando melhor qualidade de vida à população de Prudente, especialmente para quem mora e trabalha no lixão”, diz o secretário.

Conforme Luizari, no local terão vigias e funcionários públicos executando os trabalhos de aterro do lixo atual. A Polícia Militar também estará no entorno do local para auxiliar no andamento pacífico dos trabalhos.

Bolsa-auxílio

Em sessão ordinária da Câmara Municipal, realizada nessa segunda-feira (12), foi aprovado o projeto de lei para a instituição do programa de garantia de renda “Bolsa-Auxílio”. Conforme Regina Penatti, cerca de 150 famílias cadastradas no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) receberão, de um a seis meses, um salário mínimo federal de R$ 510, além de outras ajudas já prestadas e cursos para formação profissional.

“O pagamento deste valor será realizado de imediato. O que vai ser preciso é fazer algumas atualizações nos cadastros, também acertar as contas bancárias para os depósitos”. Ressalta Penatti.

De acordo com ela, além do salário, os catadores terão a oportunidade de trabalhar na Cooperativa de Trabalhadores de Produtos Recicláveis (Coorperlix), bem como fazer cursos para formação profissional em parceiria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). “Vamos dar apoio a essas famílias de uma forma que possam ter melhor qualidade de vida.”