Nesta quinta-feira (15) é comemorado o Dia Mundial da Conservação do Solo. O professor da Unesp e coordenador do laboratório de sedimentologia e análise de solo, João Osvaldo Rodrigues Nunes, diz que, ao contrário do que muitos pensam, o cultivo da cana-de-açúcar não prejudica o solo. Ele ainda afirma que a plantação de batata-doce e hortifrutigranjeiros são os mais indicados pela característica de solo da região.

Em comemoração à data, o campus de Presidente Prudente da Universidade Estadual Paulista (Unesp) promove até essa sexta-feira (16) uma mostra de trabalhos feitos por alunos, sobre o funcionamento e cuidados com o solo.

Conforme Nunes, pesquisas realizadas pela universidade desde 2008, ano em que iniciou o projeto “Trilhando Solo”, mostram que a parte superior do solo na região é arenosa, decorrente dos desmatamentos pelos quais passou. “Constatamos que esse fato trouxe alguns problemas, como a falta de fertilidade no solo, além de curso de água”, afirma.

João Nunes informa que, para a agricultura, na região, a batata-doce e o cultivo de hortifrutigranjeiros são os mais recomendados, por atender as características do solo. No entanto, é relativo à cada parte da região. Ele ressalta que é preciso cultivar o solo para ter bons resultados. O professor ainda afirma que, ao contrário do que muitos acreditam, o plantio da cana-de-açúcar não traz prejuízos ao solo.

“Pelo contrário, está melhorando a qualidade do solo na região. Estamos muito surpresos pela planta ter se adaptado ao solo regional. Quem investe nesse cultivo, quer um bom produto e tem capital para investir na preparação do solo, de modo a ajudá-lo e não prejudicá-lo. As grandes usinas na região fazem isso com freqüência e nós da Unesp estamos sempre acompanhando. De certo modo, a planta devolve para o solo aquilo que retirou”, pontua João Nunes.

O coordenador do laboratório de solo da Unesp salienta que todo o cuidado com a terra depende de técnicas para o manuseio, que vão desde o trator a ser usado até o fertilizante. “O agricultor precisa ter esta atenção. Saber o que plantar e onde plantar. Desta forma não tem prejuízo financeiro e também não prejudica o solo.”

No entanto, ele destaca que a principal dificuldade é a “descapitalização” do agricultor da região. “Tratar o solo não é algo barato. E há essa dificuldade aqui”, cita.

Chuva

Em decorrência das chuvas do final de 2009 e início deste ano, Nunes diz que os pontos mais atingidos foram justamente aqueles que não estavam preparados. “Em matéria de números, não sei informar quantos foram prejudicados, mas onde não teve o manuseio adequado houve mais erosão e perda de solo. Por outro lado, as chuvas ajudaram a recompor o lençol freático da região, além de dar mais qualidade ao solo.”

Mostra

A Unesp realiza desta quinta-feira (15) até a sexta-feira (16) uma programação em comemoração ao Dia Mundial de Conservação do Solo, com apresentações de trabalhos e maquetes feitos por alunos, explicando como é formado o solo e conscientizando para seu cultivo.

Denise Dantas Jerônimo é auxiliar do laboratório de solo e explica que o evento será realizado das 8h30 às 11h e das 14h às 17h, além do período noturno, das 19h às 21h30. “Vamos fazer o encerramento com uma palestra sobre o conservação do solo, com o professor João Nunes”, lembra.