A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abriu em alta o pregão de hoje, com os investidores cautelosos, tentando equilibrar riscos e oportunidades, após mais um dia de queda ontem, elevando para 4,60% a perda no mês de maio. Às 10h08, o índice Bovespa (Ibovespa) subia 1,12%, aos 65.145 pontos. O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro no primeiro trimestre levemente acima das estimativas e o anúncio de medidas de corte de gastos pelo governo da Espanha com a finalidade de reduzir o déficit dá um pouco de ânimo aos investidores para retomarem as compras, mas sem abandonar a cautela. Balanços trimestrais de empresas europeias melhores do que o esperado também contribuem para a recuperação nas bolsas.
A economia na zona do euro cresceu 0,2% no primeiro trimestre ante o quarto trimestre de 2009, e 0,5% em base anualizada. O PIB da Grécia teve contração de 0,8% na margem, o pior resultado da zona do euro, e o melhor resultado foi o de Portugal, que viu sua economia crescer 1%. Na Espanha, o primeiro-ministro José Luis Rodriguez Zapatero anunciou planos para corte de 5% dos salários do setor público e congelamento dos pagamentos durante o próximo ano. No mercado de commodities, o sinal também é de alta, com o euro diminuindo a queda ante o dólar.
Assim, a Bovespa que fechou ontem em baixa de 1,57%, aos 64.424 pontos, em mais um dia de volatilidade frente as incertezas externas, deve buscar novamente o patamar dos 65 mil pontos. A temporada de balanços no Brasil, que está no auge, pode trazer fluxo para alguns setores, já que os resultados têm sido bons de maneira geral.
Hoje, a notícia de que o Grupo Pão de Açúcar concordou em colocar quase R$ 1 bilhão na nova Casas Bahia, com objetivo de ajustar a equivalência patrimonial, deve exercer uma pressão negativa nos papéis da varejista e mexer nos outros papéis do setor. Quando o contrato começou a ser rediscutido, há cerca de dois meses, a família Klein, controladora das Casas Bahia, alegava que seus ativos foram subavaliados em pelo menos R$ 2 bilhões e queria acertar essa diferença. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, existe, ainda, a possibilidade de os Klein receberem entre R$ 100 milhões e R$ 200 milhões em recebíveis (compromisso de pagamento futuro). Esse dinheiro, ao contrário do outro (de quase R$ 1 bilhão), iria para o bolso da família Klein.
Outro papel que chama atenção é BM&FBovespa, que ontem à noite informou lucro líquido consolidado de R$ 282,601 milhões no primeiro trimestre, crescimento de 24,5% ante o resultado de igual período do ano passado. A receita líquida no período alcançou R$ 459,128 milhões, um aumento de 45% sobre os R$ 316,548 milhões no mesmo trimestre do ano passado. Após o fechamento, serão divulgados os balanços do primeiro trimestre da empresa de energia MPX, Telefônica, Brasil Foods, Copel, Brasil Ecodiesel, CSU CardSystem, Iochpe-Maxion, Brookfield Incorporações, Multiplan, Odontoprev, Profarma e Providência.