A secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos, apresentou dados, na semana passada, que mostram uma redução de pelo menos 600 milhões de sacolas plásticas desde o lançamento no estado, em julho do ano passado, da campanha Saco é um Saco, do Ministério do Meio Ambiente e da secretaria fluminense. Nesse encontro, também foram abordados avanços e dificuldades durante o processo de implementação da lei.
“Vamos intensificar a campanha Saco é um Saco também em áreas onde há muita aglomeração de pessoas, como nas praias, no Piscinão de São Gonçalo, no Maracanã, em dias de jogos. Enfim, o objetivo é esclarecer à população que as sacolas plásticas contribuem e muito na poluição do meio ambiente, pois esse material, quando descartado inadequadamente, leva até 500 anos para se decompor na natureza”, disse Marilene.
De acordo com a organização não governamental (ONG) Fundação Verde, há movimentos para o fim do saco plástico principalmente na Inglaterra, Espanha, China, no Japão e na Alemanha, onde as bolsas são cobradas em supermercados. Mas a medida parece muito impopular e vista como uma prática de cobrança abusiva no Brasil.
O comércio do Rio teme que o consumidor fique insatisfeito com o fim do uso das sacolas plásticas sem uma alternativa barata e de fácil implantação. “No dia 15 de julho, o que vou falar para o meu cliente?”, indagou Josimar Salles, representante da rede Bramil de Supermercados, do interior do estado.
Para evitar que o consumidor sinta o impacto da falta de sacos plásticos nos supermercados, a rede Wal-Mart lançou o programa de desconto para clientes que não utilizarem as sacolas plásticas em suas compras. Para viabilizá-lo, a rede supermercadista investiu, no primeiro trimestre deste ano, recursos de R$ 700 mil. “E, com isso, conseguimos reduzir em 10%, ou seja, em 139 milhões, o número de sacolas plásticas na rede em todo o país”, afirmou o representante da rede Wal-Mart, Felipe Zacarin.
Desde que foram introduzidas no país, na década de 80, as sacolas plásticas passaram a ser reutilizadas pelos brasileiros para o acondicionamento do lixo. No Brasil, cerca de 12 bilhões de sacolas plásticas são distribuídas por ano, sendo que cada cidadão brasileiro consome, em média, 800 delas por ano.