Elas se tornaram um dos alvos prediletos da publicidade do tabaco, dada a mudança de seu papel na sociedade e o símbolo de emancipação e independência que o uso do cigarro busca representar. Assim, cada vez mais o número de mulheres fumantes aumenta, preocupando as autoridades de saúde que nesta segunda-feira (31), Dia Mundial sem Tabaco, buscam alertar o público feminino sobre os males que o cigarro causa à saúde e ao meio ambiente.

A ação ainda envolve o município de Dracena, que por meio do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) oferece tratamento gratuito às pessoas que desejam parar de fumar. Aqui, o número de mulheres fumantes também é maior que o de homens: das pessoas atendidas na área de tabaco, 61 são mulheres e 35 homens. As atividades para lembrar o Dia Mundial sem Tabaco serão realizadas internamente.

No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) desenvolveu peças promocionais para uma campanha com o slogan “Mulher, você merece algo melhor que o cigarro!”. As peças trazem a imagem de flores como um contraponto ao cigarro: as flores representam proteção ao meio ambiente, beleza e qualidade de vida, contrastando com o cigarro, sinônimo de desmatamento, envelhecimento precoce e problemas de saúde.

O INCA estima que o tabagismo seja responsável por 40% dos óbitos nas mulheres com menos de 65 anos e por 10% das mortes por doença coronariana nas mulheres com mais de 65 anos de idade. Uma vez abandonado o cigarro, o risco da doença cardíaca começa a decair – após um ano, reduz-se à metade e, após dez anos, atinge o mesmo nível de quem nunca fumou.

Entre as mulheres que convivem com fumantes, principalmente seus maridos, há um risco 30% maior de desenvolver câncer de pulmão em relação àquelas cujos maridos não fumam. Além disso, o risco de infarto do miocárdio, embolia pulmonar e tromboflebite em mulheres jovens que usam anticoncepcionais orais e fumam chega a ser dez vezes maior que o das que não fumam e usam esse método contraceptivo.

As gestantes também devem ficar alerta. Abortos espontâneos, nascimentos prematuros, bebês de baixo peso, mortes fetais e de recém-nascidos, complicações com a placenta e episódios de hemorragia ocorrem mais frequentemente quando a mulher grávida fuma. Tais problemas se devem, principalmente, aos efeitos do monóxido de carbono e da nicotina exercidos sobre o feto, após a absorção pelo organismo materno.

Os riscos para a gravidez, o parto e a criança não decorrem somente do hábito de fumar da gestante. Quando é obrigada a viver em ambiente poluído pela fumaça do cigarro, ela absorve as substâncias tóxicas, que, pelo sangue, passa para o feto. Quando a mãe fuma durante a amamentação, a nicotina passa pelo leite e é absorvida pela criança.

CAPS AD II – Desde o dia 11 de maio, Alberto Aparecido Ferreira Soares assumiu a direção do CAPS de Dracena. Ele informou que está conhecendo o funcionamento da unidade para efetuar algumas alterações necessárias, uma delas em relação aos assistidos na área de tabaco, para um acompanhamento de forma individualizada, verificando se há um resultado satisfatório no tratamento. O diretor ainda disse que no CAPS também passam por tratamento 380 pessoas na área de álcool e drogas.