As equipes responsáveis pela compensação ambiental da Nova Marginal do Tietê – um dos maiores projetos do tipo no mundo – já estão fazendo o replantio de árvores em alguns pontos da via, porque as colocadas originalmente secaram e acabaram morrendo. Cerca de 800 mudas já foram substituídas desde o início deste ano e a previsão é que esse número aumente, pois o serviço de replantio continua sendo feito diariamente.

A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo flagrou o replantio em pelos menos cinco ocasiões nos últimos três dias úteis. Além disso, há árvores secas em praticamente toda a extensão da Marginal do Tietê. A Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa) reconhece que está havendo um novo plantio em determinados locais, mas, em relação às árvores secas, informa que nem todas estão mortas e que ainda podem florescer, principalmente após a temporada de outono/inverno. No total, 17 mil mudas foram plantadas até agora como compensação para a nova pista.

Ambientalistas apontam que casos assim são decorrência da falta de acompanhamento adequado para a transferência das unidades para outra região. Nesses casos, não seria respeitado o período de “cura” – tempo que uma árvore precisa ser acompanhada para suprir necessidades de luminosidade e água.

A Dersa, por outro lado, aponta como um dos motivos para o não desenvolvimento de muitas mudas a condição ambiental adversa da região às margens do Tietê. “As margens do Rio Tietê foram usadas como depósito de entulho desde a formação da cidade. Esse monte de lixo acumulado e adensado no solo torna complicada a plantação e a sobrevivência de algumas espécies de árvores”, afirma a empresa. As condições climáticas também são fatores citados pela Dersa.

Os contratos com as duas empresas responsáveis pelo plantio de árvores na Marginal do Tietê somam R$ 43,9 milhões (incluindo o projeto da Avenida Jacu-Pêssego, na zona leste). A Dersa afirma que o replantio é de responsabilidade exclusiva das empresas, sem nenhum ônus para o Estado. A Marginal do Tietê conta hoje com 22 mil árvores. Há unidades de pau-ferro, pau-formiga, ipê-roxo, ipê-amarelo, quaresmeira, sibipiruna, ingá e gerivá.