O estudante chileno Luis Tápia, 16 anos, acredita que as empresas devem estar preocupadas com os impactos que causam ao meio ambiente no seu processo de produção. Para ele, os países devem fiscalizar as empresas para que elas usem cada vez menos produtos contaminantes. Essa é uma das sugestões que devem constar na Carta de Responsabilidades, documento que está sendo elaborado por cerca de 400 jovens entre 12 e 16 anos de 50 países que participam da Conferência Internacional Infantojuvenil, Vamos Cuidar do Planeta.
O evento ocorre no município goiano de Luziânia, localizado a cerca de 50 quilômetros de Brasília, e pretende fazer com que os jovens sejam multiplicadores de ações que contribuam para minimizar os impactos da degradação do meio ambiente no mundo todo. A ideia é que a Carta de Responsabilidades seja entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, e a ministros da Educação de todos os países representados na conferência.
Durante cinco dias de atividades, os jovens participarão de oficinais e workshops que abordarão temas como reciclagem de lixo, uso sustentável da água, fontes renováveis de energia e de comunicação para aprenderam a divulgar as informações adquiridas na conferência.
No intervalo de uma das oficinas, o estudante brasileiro Cesar Augusto de Aquino disse à Agência Brasil que aposta na conscientização das pessoas para que os efeitos da degradação do meio ambiente diminua. “Temos que lutar contra o consumismo. Muitas vezes, a mídia passa para a gente que devemos trocar de celular cada vez que surge um novo modelo, mesmo quando o nosso ainda está funcionando. Temos que ter consciência e saber usar os produtos com responsabilidade”, alertou o paranaense acrescentando que é preciso dar uma destinação segura às baterias de celular.
A coordenadora-geral da conferência, Rachel Trajber, ressalta que as crianças têm uma visão mais pura do que precisa ser feito para melhorar as condições de vida no planeta.
“Trabalhamos com a visão de que uma geração aprende com a outra. Com as crianças é mais fácil porque elas têm uma visão menos viciada de mundo e têm interesses menos enraizados, não econômicos. Elas veem a vida de outra forma”, argumentou Rachel que também é coordenadora-geral de educação ambiental da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), do Ministério da Educação.
Segundo ela, cada um dos 400 participantes da conferência terá a tarefa de enviar a Carta de Responsabilidades para o secretário-geral da ONU, o ministro da Educação do seu país e a uma escola da sua localidade. Com isso, espera Rachel, o documento poderá ser seguido de forma global, nacional e local.
Além de discutir alternativas para os problemas ambientais do planeta, os jovens aproveitam a conferência para conhecer a realidade de outras culturas e trocar presentes. “Convivendo com pessoas de outros países vemos que todos temos problemas semelhantes, só muda o endereço. A gente também aproveita para trocar coisas que lembrem o nosso país e os países deles”, contou Cesar Augusto.
Amanhã (7), terceiro dia da conferência, que vai até o dia 10, os jovens farão um tour por pontos turísticos de Brasília e visitarão o Jardim Botânico da cidade. O objetivo é conhecer o bioma Cerrado.